SIMON SCHWARTZMAN, HELENA MARIA BOUSQUET BOMENY, VANDA MARIA RIBEIRO COSTA
1ª edição: Editora da Universidade de São Paulo e Editora Paz e Terra, 1984 - 2ª edição, Fundação Getúio Vargas e Editora Paz e Terra, 2000.o ensino pré-vocacional e profissional destinado às classes menos favorecidas é, em matéria de educação, o primeiro dever do Estado. Cumpre-lhe dar execução a este dever, fundando institutos de ensino profissional e subsidiando os de iniciativa dos estados, dos municípios e dos indivíduos ou associações profissionais.(3)A partir dai as antigas escolas de Aprendizes e Artífices são transformadas em liceus industriais, e um amplo programa de edificações é iniciado, com um orçamento de dez mil contos estabelecido especificamente para este fim em 1938. Em 1939 já havia cerca de sete mil alunos nestes estabelecimentos em todo o pais.
Será conveniente realizar, com as devidas fases de implantação e organização iniciais, a concretização do ensino profissional, nos meios industriais, dentro dos moldes amplos e grandiosos por que o concebe o bem elaborado projeto de decreto-lei do Sr. ministro da Educação e Saúde, com os conseqüentes gastos orçamentários que passará a exigir, ou tratar de regulamentar no atual momento, em fórmula mais singela, o dispositivo do decreto-lei n 1.238, criando-se os cursos de aperfeiçoamento profissional junto às fábricas e centros de trabalho, mantidos à custa dos próprios empregadores e destinados principalmente aos filhos e irmãos de seus operários, o que não trará ônus financeiro para a União? Resolverá V. Excia. Sr. presidente, com o alto senso patriótico que dirige seus atos, qual a diretriz a seguir imediatamente.Vargas opta pelo Ministério do Trabalho, mas não sem os protestos de Capanema Em carta ao presidente, de 25 de julho, o ministro da Educação afirma que o texto do Ministério do Trabalho é "contrário ao artigo 125 da Constituição de 1937, que "fixa o princípio de que a educação é dever dos pais e do Estado", e que o ensino profissional é o "primeiro dever do Estado" (art. 129).(12)
ON CHERCHE DES PROFESSEURS SUISSES
POUR LE BRÉSIL Nous lisons dans Ia Thurgauer Zeitung: Le gouvernement du Brésil s'efforce de développer le pays, dans tous les sens. II veut que le Brésil exploite ses richesses lui même, sans avoir sans cesse recours aux colons. II a créé donc des écoles nombreuses pour instruire le peuple resté souvent inculte par le fait de la dissémination. La plupart des écoles seront industrielles, commerciales et artisanales. L'école militaire forme déjà les maîtres de sport et de gymnastique. Au tant que possible, le Brésil veut engager des Brésiliens - mais II n'en a pas assez encore. Pour la grande école industrielle qui va se terminer, le Brésil offre 27 places à des professeurs susses. Un fonctionnaire du ministère de I'éducation viendra sous peu en Suisse pour engager ces professeurs Ceci prouve l'estime dans laquelle le Brésil tient Ia Suisse.(33) |
ensino do idioma. "Na Suíça comunicaram a nós, técnicos suíços, que no Rio teríamos no mínimo duas horas diariamente de ensino de português por um professor competente. De fato, porém, só durante algumas semanas e ainda nas horas de maior calor, das 14 às 15 horas, e mais tarde somente três vezes por Semana tivemos à nona disposição um professor, que além de idoso era professor de francês. Reconheço seu esforço, porém não conseguiu lograr êxito, pois ignorava os termos técnicos só falando sofrivelmente o alemão. Após quatro meses as aulas cessaram completamente."Ao final da carta, o técnico se queixa do baixo salário, mas, principalmente, da falta de perspectivas: "Não considerei este meu emprego como um trampolim para uma futura colocação na indústria. Vim para o Rio cheio de idéias de poder tomar parte em uma futura obra de organização 'do ensino industrial', porém como dirigente e não como personalidade recalcada." E pede sua repatriação imediata, conforme as cláusulas do contrato que havia assinado.(35)
visitas a fábricas. "Como imagina a direção o ensino do desenho construtivo da fabricação de caldeiras, máquinas a vapor, turbinas e motores de todas as espécies, se não dão oportunidade ao chefe da escola de máquinas de obter dos correspondentes estabelecimentos industriais as plantas ou esboços e conhecer o método nacional destes trabalhos? Não se pode esperar que o professor pague do seu já escasso salário as despesas totais de uma visita a uma cidade industrial distante."
Ensino. "Embora eu tenha sido contratado como chefe da seção mecânica, oficialmente não sei até hoje o que se passa na oficina, quem dá ordens e qual o programa de ensino. Já tendo decorrido um ano podia-se esperar que estivessem regularizadas final e definitivamente as questões de pessoal e hierarquia. Se no entanto não me querem dar poderes como chefe da seção, impõe-se a pergunta de por que se foi buscar a dez mil quilômetros um reconhecido técnico suiço no ramo do aprendizado, ensino técnico e profissional. Certamente não para colocá-lo abaixo de um mestre de oficina."
"Há tempos me prometeram uma certa influência sobre os exames de admissão e conclusão, sendo que eu deveria fazer parte de uma comissão. No entanto não sei até hoje onde e quando se realizam tais exames. Não estou a par se para o ano escolar que entra serão abertos novos cursos de construção de máquinas e quantos, e se o primeiro curso terminado continuará de acordo com o programa."
"Como chefe da seção de construção de máquinas não posso me satisfazer com as matérias ensinadas em tecnologia e eletrotécnica. Acho um absurdo que as duas aulas semanais previstas para tecnologia sejam ministradas por pessoas diferentes. Assim mesmo, uma das pessoas lecionou eletrotécnica em vez de tecnologia, embora já estejam previstas três aulas semanais para aquela matéria. Como resultado, os técnicos no fim do primeiro ano não sabem nada de ferro, aço e suas ligas, porque o professor lecionou sobre o metro, o compasso, o paquímetro etc., passando depois para as relações no torno, usando para isto ilustrações de um catálogo ou folhas semelhantes."
Aquisições. "Existindo nas diversas seções da Escola, há bastante tempo, máquinas caras que por qualquer motivo não são usadas, seria sem dúvida melhor equipar e usar a seção mecânica que hoje é a mais importante em vez de ter muitas seções só parcialmente equipadas ou inteiramente desprovidas, o que não permite um trabalho racional porque ora falta o equipamento, ora as ferramentas, ora as matérias-primas."
Organização geral. "De inicio e encerramento de aulas, feriados etc., muitas vezes só se teve conhecimento à última hora, muitas vezes por comunicação casual e verbal por terceiros em lugar dc um aviso prévio afixado em lugar apropriado, como é dc costume."
Coordenação. "Falta inteiramente a cooperação com a direção, os chefes e os mestres. Tem-se a impressão de que há grupos inimigos e é patente o desdém com que nós, suiços, somos tratados."
Oficina. "De acordo com minhas observações, os aprendizes e técnicos recebem simplesmente uma 'ocupação' na oficina, mas não um ensino sistemático com um grau progressivo de dificuldade. Provavelmente os mestres não tiveram uma longa prática industrial, preparo pedagógico e experiência de aprendizagem moderna. E com tudo isto, por uma falsa vaidade, não acham necessário consultar o técnico experimentado."