Período Colonial: 1700-1807
Institucionalização Produção Centífica
1709 O brasileiro padre Bartolomeu Lourenço de Gusmão consegue em Portugal fazer subir um balão cheio de ar quente, precedendo assim as famosas experiências dos irmãos Montgolfier.
1710 Publicado em Lisboa Cultura e Opulência do Brasil por Suas Drogas e Minas, de autoria do padre jesuíta João Antônio Andreoni, sob pseudônimo de André João Antonil. As descrições se referem basicamente ao séc. XVII.
1730 Editada em Lisboa a História da América Portuguesa, de Rocha Pita, que, além dos dados históricos não tão relevantes, dedica parte às plantas de cultura.
1730-37 Os padres jesuítas Domingos Capassi e Diogo Soares, matemáticos e astrônomos régios nomeados por D. João V, fazem o primeiro levantamento das latitudes e longitudes de grande parte do Brasil. Além de mapas, elaboram uma Tabuada das Latitudes dos Principais Portos, Cabos e Ilhas do Mar do Sul na América Austral e Portuguesa.
1735 Publicados em Londres os Historical Accounts of the Discovery of Gold and Diamonds in Minas Gerais, de Jacó de Castro Sarmento.
1738 Criação de uma "Aula de Artilharia" no Rio de janeiro.
1739 Criado, por provisão do bispo D. Frei Antônio de Guadalupe, o Seminário dos órfãos de São Pedro, mais tarde chamado de São Joaquim. Posteriormente transformado em casa de artesãos, em 1837 dará origem ao Colégio D. Pedro II.
1745 Charles Marie de Ia Condamine, astrônomo francês, publica sua Rélation Abrégée d'un Voyage Fait dans 1'lntérieur de 1'Amerique Meridionale (...) avec une Catie du Maragnon, ou de la Rivière des Amazones (Paris, Veuve Pissot), dando com bastante exatidão o curso do rio e um mapa das regiões vizinhas.
1746 Luís Antônio Verney publica suas dezesseis cartas sob o título de Verdadeiro Método de Estudar, que colocaram em questão toda a pedagogia autoritária e escolástica dos jesuítas, predominante em Portugal até sua expulsão em 1759 por Pombal.
1749 Alexandre de Gusmão, como principal organizador, elabora o Mapa dos Confins do Brasil com as Terras de Espanha na América Meridional, em verdade a primeira carta oficial do Brasil, e que serviu de base para as negociações do Tratado de Madrid.
1752-59 Em função do Tratado de Madrid, de 1750, que visava delimitar as fronteiras entre as terras portuguesas e espanholas, vêm ao Brasil sucessivas missões de astrônomos, entre eles Miguel Ângelo Blasco, Bartolomeu Panigai S.J., José Fernandes Pinto Alpoim, Antônio de Veiga e Andrade, Manuel Pacheco de Cristo, José Custódio de Sá e Faria, Miguel Ciera e João Bento Python.
1759 Expulsão dos jesuítas de Portugal e colônias, desorganizando o sistema de ensino eclesiástico.
1768-72 Reforma da Universidade de Coimbra (Portugal) pelo Marquês de Pombal, criando faculdades de filosofia e matemática e o sistema de "aulas régias".
1771 Fundada no Rio de Janeiro a Academia Científica, primeira dedicada à ciência, sob auspícios do vice-rei Marquês do Lavradio e por proposta de seu médico, José Henriques Ferreira. Com nove membros, pretendia dedicar-se à física, química e história natural e também à medicina, cirurgia, farmácia e agricultura. Fechou em 1779, por falta de membros.
1772 Introduzido pela primeira vez no ensino superior de Portugal o ensino da química, na Universidade de Coimbra.
1773 -Criado em Coimbra o Curso de Matemática, de quatro anos, permitindo aos alunos travar conhecimento com as idéias de Descartes, Newton, Leibniz. Antes havia apenas uma cadeira de matemática, enquadrada na Faculdade de Medicina.
1775 Publicados os mapas que Filipe Sturn elabora da região do Rio Branco (Amazônia). Do mesmo ano são os mapas de Gronfeld, ambos resultado dos trabalhos de demarcação decorrentes do Tratado de Madri (1750).
1779 Introduzido o cálculo diferencial e integral nos programas da Academia Real de Marinha em Lisboa.
1781 Em função do Tratado de São Ildefonso, de 1777, chega ao Brasil expedição de astrônomos e geógrafos para determinar os limites com as colônias espanholas, no Sul, distinguindo-se três brasileiros: Antônio Pires da Silva Pontes, Francisco José de Lacerda e Almeida e Ricardo Franco de Almeida Serra.
1784 Criação, no Rio de Janeiro, de um gabinete de estudos de história natural, conhecido como Casa dos Pássaros, que, juntamente com a Coleção Mineralógica Werner, serviu de base para a criação do Museu Nacional, em 1818. Extinto em 1810, seu acervo passa ao Arsenal do Exército, que o passa, já desfalcado, em 1816 ò Academia Militar, indo em 1818 para o Museu Nacional.
1785-1792 Alexandre Rodrigues Ferreira, médico baiano formado em Coimbra, viaja do Pará ao Mato Grosso, pelos rios Amazonas, Negro, Branco, Madeira e Guaporé. Teve suas coleções botânicas e zoológicas transportadas para Lisboa. Os resultados de suas pesquisas, reunidos na Viagem Philosophica, só foram publicados bem depois. Antes, este material foi apropriado em 1808 por Geoffroy de Saint-Hilaire, por ocasião da invasão napoleônica em Portugal.
1786 Organizada a Sociedade Literária do Rio de Janeiro, com aprovação do vice-rei Luís de Vasconcelos, sucedendo à Sociedade Científica, fundada pouco antes por Manuel Inácio da Silva Alvarenga, mas de curta duração. A Sociedade Literária fechou em 1794 por motivos políticos
1788-89 Sanches Dorta realiza uma série de observações astronômicas e meteorológicas em São Paulo, posteriormente publicadas sob título de Observações Astronômicas e Meteorológicas Feitas na Cidade de São Paulo, América Meridional 1788-89. Outro artigo, da mesma época, tem o título de "Diário Physico-meteorológico de Outubro, Novembro e Dezembro de 1788 da Cidade de São Paulo", publicado nas Memórias da Academia Real das Ciências de Lisboa, III (1812).
1790 (?) Frei José Mariano da Conceição Veloso (1741-1811) elabora sua Flora Fluminensis, que reúne 1.700 espécies. Este trabalho caiu nas mãos de Geoffrey de Saint-Hilaire, em 1808, junto com os trabalhos de Alexandre Ferreira Rodrigues. Do mesmo autor é o Aviário Brasílico. A Flora veio a público em 1827.
1791 Criação dos cursos de botânica e agricultura, zoologia e mineralogia, física, química e metalurgia, na Faculdade de Filosofia da Universidade de Coimbra.
1792 Criada a Real Academia de Artilharia, Fortificação e Desenho da Cidade do Rio de Janeiro. 1792 José Bonifácio de Andrada e Silva (1763-1838) publica nos Annales de Chimie de Paris a sua "Memória sobre os diamantes do Brasil".
1797 Publicado nas Memórias da Academia Real das Ciências de Lisboa, tomo I, o trabalho "Observações Astronômicas Feitas Junto ao Castelo da Cidade do Rio de Janeiro para Determinar a Latitude e a Longitude da Dita Cidade", de Sanches Dorta, a partir de observações feitas entre 1781 e 1783.
1798 Organizada a primeira carta compreensiva de todo o Brasil e uma parte da América meridional, pelo mineiro Antônio Pires da. Silva Pontes (17507-1805), formado em Coimbra, tendo participado como astrônomo da Comissão de Demarcação de Mato Grosso e de outros trabalhos de exploração e estudos, sendo nomeado lente da Academia dos Guardas-marinha em 1791.
Com a memória de José Vieira do Couto, intitulada Memória sobre a Capitania de Minas Gerais, Seu Território, Clima e Produções Metálicas, sobre a Necessidade de Restabelecer e Animar a Mineração Decadente {...), aparecem as primeiras notas sobre as condições geológicas do país. O mesmo autor escreve uma segunda memória em 1801, publicada somente em 1842.
Manuel Jacinto Nogueira da Gama traduz para o português as Reflexões sobre a Metafísica do Cálculo Infinitesimal, de Carnot, e a Teórica das Funções Analíticas, de Lagrange, este último, um ano após o original francês.
1799 Nas Memórias da Academia Real das Ciências de Lisboa, Bento Sanches Dorta publica suas "Observações Meteorológicas Feitas na Cidade do Rio de Janeiro", realizadas entre 1781-85 de hora em hora.
1800 Em função da política de segregação do Brasil, adotada por Portugal, o naturalista alemão Von Humboldt é proibido de vir para cá.
Traduzidos para o português, por Manuel Ferreira de Araújo Guimarães, o Curso Elementar e Completo de Matemáticas Puras, de Lacaille, e a Explicação da Formação das Tábuas Logarítmicas, do abade Marie.
1807-10 O naturalista inglês John Mawe realiza viagem pelo interior do Brasil, de que resultaram valiosas contribuições para a geografia do país.
1819 - É ampliado e aberto ao público, por D. João VI, seu criador, o antigo Real Horto, agora sob nome de Real Jardim Botânico, mantendo sua função original de jardim de aclimação. É anexado ao Museu Nacional, ficando assim sob direção de alguns cientistas ilustres, como frei Custódio Serrão, César Burlamaqui e P. G. Pais Leme. 1819 - Publicado em Roma Di Alcune Specie Nuové di Rèttili i Plante Brasiliane, por De Raddi, integrante da missão científica austríaca.
1819-20 - Expedição hidrográfica francesa para o mapeamento detalhado do litoral brasileiro.
1820 - Instituída, pelo príncipe-regente, uma pensão de 600$000 ao naturalista Frederico Sellow, "a fim de se occupar em algumas viagens e explorações philosophicas por diversas partes do Brasil", com obrigação de repartir as coleções. Esta comissão foi confirmada e regularizada por D. Pedro I em 1821. 1820 - O barão Von Langsdorff, nomeado cônsul da Rússia, é encarregado por esse país de organizar uma comissão científica, da qual fazem parte Freyreiss, Riedel, botânicos; Christian Hasse, zoólogo; e o naturalista-colecionador Eugène Ménétriès. O herbário de 60 mil exemplares foi levado para São Petersburgo.
Frei Leandro do Sacramento publica sua Nova Plantarum Genera e Brasília.
Publicado em Viena o Delectus Florae et Faunae Brasiliensis, de J. C. Mikan, como primeiro resultado da missão científica e cultural austríaca
1821 - Por ato do então regente D. Pedro I, é decretada a entrada franca de livros no país. 1821-33 - Publicadas as Zoological Illustrations, de William Swainson, resultado de sua permanência em Recife e no Recôncavo Baiano em 1816-17, durante a qual remeteu 760 espécies de aves e 20 mil espécies de insetos.