Primeira Reública - 1889 - 1929
Institucionalização Produção Científica
1889 No livro Observations et Mémoires Astronomiques, publicado no Rio de Janeiro pela Tipographia Lombaerts, acham-se, entre outros, os resultados dos estudos de Liais e Cruls sobre a passagem de Mercúrio pelo disco solar em 1878
Nos Annales de 1'Observatoire Imperial de Rio de Janeiro são publicados os estudos de Liais e Cruls sobre os planetóides. Nos mesmos Annales, Cruls tem publicado seu trabalho resultante das observações sistemáticas de estrelas duplas, realizadas entre 1879 e 1880.
Torquato Tapajós publica seus Apontamentos para o Clima do Vale do Amazonas, considerados por Sampaio Ferraz ainda muito prematuros:
1889-93 Publicados os cinco volumes da História das Plantas Medicinaes e Úteis do Brazil ("contendo a descrição botânica, cultura, partes usadas, composição chimica, seu emprego em diversas moléstias, doses, usos industriais, etc."), de Teodor Peckolt, em colaboração com seu filho Gustavo. Em 1914 foram publicados mais três volumes póstumos.
1890 Criação, no Rio de Janeiro, do Pedagogium, por Benjamim Constant, como órgão central de coordenação das atividades pedagógicas do país. Foi posteriormente transferido para a jurisdição do governo do Distrito Federal, perdendo seus fins nacionais. Seria algo nos moldes do Bureau of Education dos EUA. 1890 Com a expedição Meyer, veio ao Brasil o botânico alemão Pilger. Estudou principalmente a vegetação do Mato Grosso, do ponto de vista sistemático e fitogeográfico.
Sob o regime do governo provisório, a primeira tentativa, desta vez infrutífera, de supressão dos cursos científicos da Escola Politécnica do Rio de Janeiro. Löfgren, botânico sueco radicado no Brasil, publica Contribuição para o Conhecimento da Flora Paulista.
Decretada a terceira reforma do Museu Nacional, determinando o futuro destacamento do Laboratório de Fisiologia, eliminando a acumulação de cargos fora do Museu e aumentando o poder do diretor geral, na época ainda Ladislau Neto. A reforma provocou a revolta dos técnicos e cientistas e determinou o afasta mento, entre' outros, de Schwacke e Derby e a saída de Lacerda da direção da seção de Zoologia, para ficar no Laboratório de Fisiologia. Henrique E. Bauer publica seu trabalho sobre As Minas de Iporanga.
Barbosa Rodrigues é nomeado diretor do Jardim Botânico do Rio de Janeiro, cargo que ocupou até 1909, quando morreu. Teria sido o melhor diretor que o Jardim Botânico teve. Além de coletar em muitos estados brasileiros, classificou as plantas do Jardim e ampliou suas coleções. Autor de inúmeras publicações, entre elas o Sertum Palmarum Brasiliensium. 1890-93 Henrique E. Bauer, engenheiro de minas alemão, publica monografia em três partes intitulada Mineralogische und Petrographische Nachrichten aus dem Thale de Ribeira de Iguape m Süd-Brasilien. Bauer morou de 1872 a 1896 no sertão da Ribeira de Iguape, numa casa de taipa e palha, que transformou em laboratório. Morre em São Paulo, em 1896.
1891 Reforma Benjamim Constant, primeira do Brasil República, modificando o ensino em todos os seus níveis. De fortes influências positivistas, mas de cunho enciclopédico, procurou romper com o ensino humanístico tradicional. Teve pouco efeito prático, principalmente pelas reformas que a sucederam. 1891 Hermann von Ihering publica As Arvores do Rio Grande do Sul.
O estado de São Paulo recebe o acervo do Museu Sertório, antes pertencente ao Cel. Joaquim Sertório, comprado e doado pelo conselheiro Francisco de Paula Mayrinck. Para organizar o material, é nomeado o naturalista Albert Löfgren. Em 1893 é transformado no Museu Paulista. Henrique Morize publica seu Esboço duma Climatologia do Brasil, origem de grande polêmica entre o Observatório e o Serviço Meteorológico da Marinha, em torno da meteorologia unificada no país.
Com o início dos Cursos Superiores e de Ciência Pura e Aplicada, no âmbito da Escola Americana, é fundada em São Paulo a Escola de Engenharia Mackenzie (Mackenzie College), que em 1895 recebe Carta de Privilégio da Universidade do Estado de Nova York, sendo equiparada em 1923 aos estabelecimentos congêneres federais. Luís F. Gonzaga Campos publica no Rio de Janeiro sua obra intitulada Jazidas Diamantiferas de Água Suja (Bagagem), Estado de Minas Gerais.
Criada a Comissão de Exploração Geográfica de Minas Gerais, transformada no ano seguinte na Comissão Geográfica e Geológica.
1892 Criação do Instituto Vacinogênico de São Paulo, cuja direção é entregue a Arnaldo Vieira de Carvalho. Incorporado ao Instituto Butantã em 1925. 1892 Cruls, a partir de observações meteorológicas sistemáticas, mantidas desde 1851, publica seu trabalho O Clima do Rio de Janeiro.
A Comissão de Exploração Geográfica de Minas Gerais, criada no ano anterior, é transformada em Comissão Geográfica e Geológica nos moldes da de São Paulo. Extinta em 1899. João Pandiá Calógeras publica O Ferro Niquelado de Santa Catarina.
Transformação da Estação Agronômica de Campinas em Instituto Agronômico do Estado, passando à jurisdição estadual. 1892-94 Presença entre nós do botânico sueco Lindman, às expensas dos Fundos Regneilianos, em viagem com Malme, resultando na publicação de Vegetação do Rio Grande do Sul, traduzido para o português por Albert Löfgren, em 1906.
Conforme plano extensivo do barão de Capanema, a Repartição dos Telégrafos instala um posto meteorológico em Porto Alegre.
Por sugestão de Alberto Löfgren, membro da Comissão Geográfica e Geológica do Estado de São Paulo, é criado um Serviço Meteorológico no estado, cuja direção é entregue a F. C. J. Schneider. Possuía inúmeras estações espalhadas pelo estado, tendo seu trabalho sido elogiado por Julius Hahn no Meteorologische Zeitschrift.
Instituída uma Comissão de Exploração do Planalto, com objetivo de demarcar a zona de implantação de uma nova capital e estudar sua orografia, hidrografia, condições climáticas, etc. Para chefe foi nomeado Louis Cruls, que ainda contou com a colaboração de Lacaille e H. Morize.
Conferido a Orville A. Derby o prêmio Wollaston, pela Sociedade Geológica de Londres, pelos seus numerosos trabalhos de repercussão internacional, que somavam na época de sua morte (1915) 173 trabalhos de pesquisa.
1893 Regulamentação do Instituto Bacteriológico de São Paulo, operando desde o ano anterior. Seus objetivos: o estudo de problemas bacteriológicos e microbiológicos quanto à etiologia de doenças epidêmicas, endêmicas e epizoóticas encontradiças no estado, produção de vacinas e soros e realização de análises clínicas e microscópicas. Seu primeiro diretor, indicado por Pasteur, é Felix Le Dantec e logo depois Adolfo Lutz. Em 1925 é extinto e incorporado ao Butantã. 1893 Adolfo Lutz, diretor do Instituto Bacteriológico de São Paulo, identifica no prazo de um dia a cólera na Hospedaria dos Imigrantes. Há fortes resistências por parte dos médicos paulistas em aceitar o diagnóstico. Outros diagnósticos da mesma doença em 1894 e 1895.
Fundação do Museu Paulista, a partir do acervo do Museu Sertório. Até início de 1894 ficou sob cuidados da Comissão Geográfica e Geológica, sob direção de Orville Derby. Em janeiro de 1894 foi nomeado seu primeiro diretor: Hermann von Ihering. Destinava-se ao estudo da história natural da América do Sul, principalmente o Brasil, e também à história do Brasil e especialmente a colecionar e arquivar documentos relativos ao período da nossa independência política. Durante muito tempo foi o centro mais ativo em zoologia. Emílio Goeldi publica Mamíferos e, um ano depois. Aves do Brasil, dois pequenos livros para efeitos de vulgarização.
O governo do estado funda em Manaus o Observatório Meteorológico, cuja direção é entreguea Luís Friedmann. Publicação do livro Os Minérios de Ferro do Brasil, de João Pandiá Calógeras.
Hermann von Ihering publica O Território da Flora Neotropical e Sua História.
1894 Inaugurada a Escola Politécnica de São Paulo, criada nos anos antecedentes por três leis sucessivas (11 de maio e 17 de agosto de 1892 e 24 de agosto de 1893, que expediu o primeiro regulamento, prevendo o Curso de Engenheiros Civis e o de Engenheiros Industriais). 1894 Paul Ferrand, engenheiro da Escola de Minas de Paris e desde 1882 professor da Escola de Minas de Ouro Preto, publica seu estudo de dois volumes intitulado L'Or à Minas Gerais.
Fundação do Museu Paraense, por reorganização do antigo Museu Arqueológico e Etnográfico da Sociedade Filomática do Pará, sendo seu primeiro diretor o suíço Emílio Goeldi. Com a volta deste para a Europa em 1907, assume a direção Jacques Huber, que em 1910 é substituído pela Dra. Emile Snethlage. A partir de 1900 passa a ser chamado de Museu Goeldi. 1894-98 Luís Friedmann, diretor do Observatório Meteorológico de Manaus, realiza uma série de observações meteorológicas, avidamente recebidas pelos especialistas estrangeiros, especialmente Julius Hann que, baseado nessas informações e nas obtidas pelo Museu Goeldi do Pará, pode traçar o primeiro ensaio sobre meteorologia equatorial, até então muito pouco conhecida.
Início da publicação da Revista do Instituto Histórico e Geográfico da Bahia.
1895 João Batista de Lacerda é nomeado diretor do Museu Nacional, em substituição a Ladislau Neto, e reintegra o Laboratório de Fisiologia ao Museu. 1895 Adolfo Lutz começa seus estudos sobre o que era conhecido como "febres paulistas" e as identifica como febre tifóide, por intermédio dos agentes causais, o que gera grande controvérsia.
Publicado o primeiro número da Revista do Museu Paulista, mantida durante longos anos quase que exclusivamente por Hermann von Ihering, assistido nos últimos tempos por seu filho Rodolfo. Pela Reforma de 1939 o museu perdeu suas características, com a transformação da seção de Zoologia do Museu no Departamento de Zoologia da Secretaria da Agricultura do Estado de São Paulo. O botânico suíço Huber vem trabalhar no Museu Paraense, com Goeldi, para organizar a seção de Botânica e instalar um horto. Dedica-se, também, ao estudo de plantas produtoras de borracha, da vegetação do Marajó e da associação entre certas plantas e formigas. Huber foi aluno de Vöchting, Klebs e Chodat e mestre de Ducke.
Início da publicação da Revista do Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo. Henrique E. Bauer publica uma nota sobre "Die Krystalistrucktur des Anatas".
Taubert publica sua Contribuição para o Conhecimento da Flora do Brasil Central (Goiás), que explorou em companhia de Ule.
Publicada a obra de João Pandiá Calógeras intitulada As Jazidas Diamantíferas de Água Suja.
Abreu Lacerda publica, no Boletim n.° 2 da Comissão Geográfica e Geológica de Minas Gerais, seu trabalho intitulado "Subsídios para o Estudo do Clima de Minas Gerais".
1895-98 Publicação de Ensaio para uma Synonimia dos Nomes Populares de Plantas Indígenas do Estado de São Paulo, de Alberto Löfgren, botânico sueco radicado, em São Paulo. Em 1896, Ensaio para uma Distribuição das Vegetações nos Diversos Grupos Florísticos do Estado de São Paulo; em 1897, Flora Paulista Compositae; e em 1898, Cucurbitaceae, Valerianaceae, Calyceraceae, Campunulaceae.
1895-1915 Osvaldo Weber realiza, durante vinte anos ininterruptos, séries climatológicas em Quixeramobim, a partir das quais se definiu o clima do sertão cearense.
1896 Início da publicação do Boletim do Museu Paraense, centrado na história natural da Amazônia, mas abrangendo-lhe todas as especialidades. Até a volta de Goeldi à Europa (1907), publicados quatro tomos. A partir daí, a edição se torna cada vez mais espaçada, acompanhando o declínio da instituição. 1896 Ule (1854-1915) publica em português e alemão seu Relatório de uma Excursão Botânica Feita na Serra do Itatiaia.
Fundada a Escola Livre de Farmácia e Química Industrial de Porto Alegre. Resultado da disposição estatutária da União Farmacêutica de 1894. Junto com um curso de partos da Santa Casa de Misericórdia de 1897, é a base para a Faculdade Livre de Medicina e Farmácia fundada neste mesmo ano. Francisco Ferreira Ramos, primeiro professor de Física da Politécnica de São Paulo, apenas decorrido um ano da descoberta dos raios X por Roentgen, tira radiografias em seus laboratórios.
Escola de Engenharia de Pernambuco, Fundada pelo governador Barbosa Lima, a 12-2-1896. Extinta em 1904 pelo governador Segismundo Gonçalves por motivos financeiros. Os professores, postos em disponibilidade, organizam em 1905 a Escola Livre de Engenharia, com um curso de engenharia civil. Passou a ser subvencionada pelo governo estadual. A primeira turma diplomou-se em 1908. Draenert, reunindo esboços iniciais publicados na Revista de Engenharia entre 1885 e 1888, publica sua obra O Clima do Brasil, primeiro trabalho a descrever e discutir o clima brasileiro em seu conjunto.
Fundada a Escola de Engenharia de Porto Alegre, reconhecida por decreto estadual em 1900. Em 1934 é incorporada à Universidade de Porto Alegre. Huber publica sua Contribuição a Geographia Botânica do Littoral da Guyana entre o Amazonas e o Rio Oyapoc.
Organização dos Serviços de Meteorologia no Observatório Astronômico Nacional, por Henrique Morize. Pecegueiro do Amaral, com a tese Estudos Chimicos dos Clioruretos Metallicos, passa a lente de Química da Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro.
A Congregação da Escola Politécnica do Rio de Janeiro aprova reforma extinguindo os cursos científicos, apesar da oposição de muitos lentes, principalmente Paula Freitas. 1896-98 Medeiros Raposo realiza uma série de medidas meteorológicas sobre chuvas, na Paraíba.
1897 Faculdade Livre de Medicina e Farmácia .de Porto Alegre. Resultou de um curso de farmácia que começou'em 1896 e um curso de partos, que iniciou em 1897, ambos na Santa Casa de Misericórdia. Equiparação concedida em 1900. Com a reorganização de 1911, passou a Faculdade de Medicina. 1897 Começam a aparecer os primeiros trabalhos de matemática de Oto de Alencar na Revista da Escola Politécnica, entre eles "A superfície de Riemann de Geratriz Circular"
Fundada a Revista da Escola Politécnica no Rio de Janeiro, que teve cinco anos de duração.
Nina Rodrigues tem sua "Memória Histórica da Faculdade da Bahia" negada para publicação por conter veemente apelo, considerado inoportuno, para transformação do ensino médico e baseá-lo na pesquisa experimental e no trabalho do professor em seu laboratório de pesquisas.
1898 Fundação da Escola de Farmácia de São Paulo, sendo um dos organizadores Batista de Andrade. Equiparada em 1905. 1898 Henrique Morize publica na Revista da Escola Politécnica artigo intitulado "Novo Método para a Determinação dos Projetis pela Radiografia".
Fundação da Escola Superior de Agricultura e Medicina Veterinária em Niterói, depois transferida para o Rio de Janeiro. Henrique Morize, como professor da Politécnica do Rio de Janeiro equipa o Laboratório de Física de equipamentos completos de raios X.
João Batista de Lacerda preside a seção de Fisiologia do Congresso Médico Pan-Americano em Washington. Oto de Alencar, na Revista Politécnica, publica nova demonstração da fórmula de Stokes, republicada em 1903 na revista l’Enseignement Mathématique, de Laisant, além do artigo "Alguns Erros de Mathematica na Synthese Subjectiva de Augusto Comte", que, segundo Amoroso Costa, produziu no momento alguma sensação.
Henrique Morize apresenta à Escola Politécnica do Rio de Janeiro tese para concurso intitulada Descarga Elétrica nos Gases Rarefeitos, assunto na época atualíssimo. Morize é responsável pela introdução das práticas experimentais na Escola Politécnica.
1899 Criado por Emílio Ribas, ainda como dependência do Instituto Bacteriológico, o Instituto Serunterápico de Butantã. para o preparo da vacina contra a peste bubônica que grassava em Santos. Adolfo Lutz, diretor do Bacteriológico, foi encarregado de sua organização. 1899 Adolfo Lutz identifica como sendo peste a epidemia que assola o porto de Santos, confirmada logo após pela comissão formada por Lutz, Vital Brasil e Oswaldo Cruz.
1900 Emílio Ribas, diretor do Serviço Sanitário do Estado de São Paulo, toma conhecimento dos resultados da Comissão Reed em Havana sobre a febre amarela e imediatamente reorienta todo o programa de saneamento do Estado nesta direção. 1900 Pecegueiro do Amaral publica as Noções Elementares de Chimica Orgânica, livro didático classificado por Rheinboldt de "aceitável". Este e muitos outros mais de sua autoria foram por mais de duas décadas os compêndios quase exclusivos de química no Brasil. Premiado pelo governo, teve larga divulgação.
Criado no Rio de Janeiro o Instituto Soroterápico Municipal de Manguinhos para a fabricação de vacinas e soros, principalmente em função da peste. Nomeado diretor o barão Pedro Affonso, diretor do Instituto Vacínico do Distrito Federal, com grande experiência no preparo da vacina antivariólica. Seu principal assistente: Oswaldo Cruz, indicado por Émile Roux, vice-diretor do Instituto Pasteur de Paris. John Casper Branner, membro da Comissão Geológica do Império, posteriormente presidente da Leland Stanford University, publica neste ano Diamonds in Brazil; Gold in Brazil e The Manganese Deposits of Bahia and Minas.
Início das atividades práticas do Gabinete de Resistências de Materiais, da Escola Politécnica de São Paulo, transformado em 1925 em Gabinete de Resistência e Ensaios, ampliando as funções antes exclusivamente didáticas, que dará origem ao Instituto de Pesquisas Tecnológicas de São Paulo (IPT), anexo à Universidade de São Paulo.
O Museu Paraense passa a se denominar Museu Goeldi, em homenagem ao seu fundador e diretor.
1901 Decretada a reforma de ensino que leva o nome de Epitécio Pessoa. 1901 Oto de Alencar publica, no Jornal de Ciências Matemáticas e Astronômicas do Porto, uma memória chamada "Sur 1'Action d'une Force Acceleratrice sur Ia Propagation du Son", onde encontra, por caminho diverso, resultados obtidos por Joaquim Gomes de Sousa (1829-63).
Oficializado o Instituto Butantã e nomeado seu diretor Vital Brasil, assistente e colaborador de Adolfo Lutz no Bacteriológico. Passa a serviço autônomo, tendo Vital Brasil ampliado suas funções gradativamente, até sua saída em 1919. Oto de Alencar publica no Bulletin de Sciences Mathématiques, dirigido por Darboux, Picard e Tannery, artigo seu "Sur 1'Equation de Riccati".
O Instituto Soroterápico Municipal (Manguinhos) passa à alçada federal, com o nome de Instituto Soroterápico Federal. Chega em missão científica o botânico austríaco Wettstein, que percorre o estado de São Paulo, colhendo 20 mil exemplares de plantas. Como resultado, publica em 1901, com Sehiffner, Ergebnisse der botanischen Expedition der Kaiserlichen Akademie der Wissenschaften nach Süd-Brasilien. Em 1904 publica Vegetationsbilder aus Süd-Brasilien.
Criação da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, em Piracicaba. 1901-03 Vem da Suécia, como assistente da seção de Botânica do Museu Nacional, o botânico sueco Dusén.
Criada comissão para a demarcação de limites entre o Brasil e a Bolívia, subordinada ao Ministério das Relações Exteriores, sendo nomeado para chefiá-la Louis Cruls.
Reorganizado o Observatório Nacional, dando-se à instituição uma estrutura mais moderna.
1902 Criada a Comissão de Estudos das Minas de Carvão de Pedra do Brasil, dirigida por I. C. White, auxiliado por Francisco de Paula Oliveira (1857-1935). Os resultados dos estudos se encontram no Relatório da Comissão, ainda hoje base da geologia do Sul do Brasil 1902 Publicação do livro Os Sertões, de Euclides da Cunha.
Em dezembro deste ano, o barão Pedro Affonso deixa a diretoria do Instituto Soroterápico Federal (Manguinhos) por divergências. Assume seu principal auxiliar, Oswaldo Cruz, que reorganiza o Instituto. Primeiros auxiliares: Ismael da Rocha, Henrique de Figueiredo Vasconcelos e Ezequiel Dias. Freqüentam o Laboratório: Miguel Couto, Carlos Chagas, Eduardo Rabelo, H. Marques Lisboa, Henrique da Rocha Lima, Alcides Godoi.
1903 Oswaldo Cruz toma posse no cargo de diretor da Diretoria de Higiene do governo federal, indicado por E. Sales Guerra, que, convidado para o cargo, não o aceita. 1903 Um grande surto de febre amarela no Rio de Janeiro faz Oswaldo Cruz, enquanto diretor de Higiene, promover ampla campanha, envolvendo ativamente Manguinhos e gerando violentas resistências por parte da população.
Adolfo Lutz repete as experiências da Comissão Reed de inoculação experimental da febre amarela em seres humanos, com permissão do governo do estado, concedida em 1901. Os resultados incentivaram Oswaldo Cruz a deslanchar a sua campanha no Rio de Janeiro no mesmo ano.
Publicado pelo governo brasileiro, por empenho de Miranda de Azevedo, o Sertum Palmarum Brasiliensium, de Barbosa Rodrigues. O Sertum Orchidacearum, do mesmo autor, ficou inédito.
Dusén, botânico sueco do Museu Nacional, publica Sur Ia Flore de Ia Serra do Itatiaia en Brésil. Neste ano visita Curitiba, voltando depois a seu país de origem.
Franz Katzer publica em Leipzig suas Grundzüge der Geologie des unteren Amazonas Gebiets (des Staates Pará in Brasilien).
Francisco Behring, antigo discípulo de Manuel Pereira Reis, tendo trabalhado no Observatório de Paris sob orientação de Mouchez, publica no Anuário da Escola Politécnica (de São Paulo) seu trabalho "Levantamento Astronômico (...)". Behring é o iniciador da Astronomia na Escola Politécnica de São Paulo.
1904 Fundada a Revista dos Cursos da Escola Politécnica, no Rio de Janeiro, que se destinava a divulgar trabalhos científicos dos professores, conforme o Código dos Institutos Oficiais de Ensino Superior e Secundário de 1901. O último número apareceu em 1909. 1904 Revolta popular, com apoio de parte da Escola Militar e instigação positivista, contra o diretor de Higiene, Oswaldo Cruz, e sua campanha de combate à febre amarela.
Oto de Alencar, na Revista dos Cursos da Escola Politécnica, publica trabalho intitulado "Aplicações Geométricas da Equação de Riccati". Em 1905 segue-se, na mesma revista, um "Suplemento à Memória Aplicações Geométricas da Equação de Riccati".
Tasso Fragoso, introdutor do método de Zinger no Brasil, que diz respeito à determinação da hora, publica pela Imprensa Nacional sua Determinação da Hora por Alturas Iguaes de Estreitas Diversas.
Pecegueiro do Amaral publica as Lições de Chimica Inorgânica Médica, professadas naquele ano na Faculdade de Medicina.
1905 Realizado no Rio de Janeiro o Terceiro Congresso Científico Latino-Americano. 1905 Rocha Lima, do Instituto Oswaldo Cruz, descreve pela primeira vez as lesões histopatolóeicas do fígado, decorrentes da febre amarela. Os resultados de sua pesquisa, no entanto, só foram publicados em 1911, na Alemanha.
Carlos Chagas, do Instituto Oswaldo Cruz, elabora a doutrina da infecção domiciliar da malária, em função de suas pesquisas sobre a doença. A doutrina irá ser a base de todo o combate à doença.
1906 Henrique de Beaurepaire Aragão, do Instituto de Manguinhos, descobre o ciclo evolutivo do halterídio do pombo, Haemoprofeus columbae, de grande importância para a continuidade dos estudos de protozoologia e parasitologia, principalmente da malária. Segundo Stepan, esta foi a primeira comunicação de Manguinhos a ganhar atenção internacional.
Orville A. Derby publica no Journal of Geology, vol. XIV, n.° 3, seu artigo "The Serra do Espinhaço".
Oto de Alencar publica uma coletânea de notas e memórias sob o título Física e Eletrotécnica.
Oto de Alencar publica sua Memória sobre a Determinação da Hora (Rio de Janeiro, Besnard), em que discute o método de Zinger, a partir de um trabalho de Tasso Fragoso sobre o assunto.
Oto de Alencar publica no Rio de Janeiro seu Estudo da Lua. Latitude e Raio Vector, que fazia parte do seu curso de Astronomia na Escola Politécnica.
Teodoro Sampaio, da Comissão Geográfica e Geológica de São Paulo, publica seu trabalho O Rio São Francisco e a Chapada Diamantina.
Lúcio Martins Rodrigues, astrônomo da Escola Politécnica de São Paulo, publica no Anuário da Escola Politécnica trabalho seu intitulado "Um Problema de Astronomia; Determinação da Órbita de um Planeta ou Cometa por Três Observações Completas Geocêntricas".
1907 Criação do Serviço Geológico e Mineralógico do Brasil, organizado e dirigido por Orville A. Derby. 1907 Publicação em Leipzig do livro Archelenis e Archinotis, por Von Ihering, que culminou na teoria Archelenis sobre moluscos da América do Sul.
Reorganização da antiga Diretoria Geral de Estatística. Pecegueiro do Amaral publica seu Elementos de Chimica Inorgânica, julgado de utilidade pela Congregação, premiado por autorização do Congresso Nacional, com larga divulgação por mais de três décadas. Considerado por Rheinboldt como rigorosamente "péssimo".
A 12 de dezembro deste ano, oficializa-se o Instituto de Medicina Experimental de Manguinhos, antes Instituto Soroterápico Federal, ganhando amplas atribuições de pesquisa científica, além do direito de vender soros e vacinas. Quadro: Oswaldo Cruz, diretor; Figueiredo Vasconcelos e Rocha Lima, chefes de serviço; Alcides Godoi, Cardoso Fontes, Chagas, Artur Neiva, Ezequiel Dias, Aragão, assistentes. Total: 28 funcionários.
Brasil, como único país latino-americano convidado, participa da XII Conferência Internacional de Higiene em Berlim, tendo sido conferido o principal prêmio a medalha de ouro, ao então ainda Instituto de Medicina Experimental de Manguinhos, pelas suas contribuições para o avanço das ciências da higiene.
Organizada a Comissão de Linhas Telegráficas e Estratégicas do Mato Grosso ao Amazonas, chefiada pelo marechal Rondon. A Comissão publicou várias dezenas de trabalhos e coletou uma grande variedade de materiais.
Início da publicação da Revista Didática da Escola Politécnica, no Rio de Janeiro, sob responsabilidade do Diretório Acadêmico, destinada a circular com material elaborado pelo corpo docente. De publicação irregular, saíram ao todo 36 números, o último em 1930.
Fundação da Escola Livre de Odontologia de Belo Horizonte, calcada na Escola de Odontologia do Rio.
1908 A 19 de março deste ano, o Instituto de Medicina Experimental de Manguinhos passa a se chamar Instituto Oswaldo Cruz, por sugestão direta dos discípulos deste. 1908 Manuel Pirajá da Silva, discípulo de Wucherer, da Escola Tropicalista da Bahia, faz a primeira descrição satisfatória do Schistosoma mansoni Sambon, agente causador da esquistossomose. Em 1912-13 segue cursos no Instituto Pasteur e no de Doenças Tropicais de Hamburgo.
Desencantado com as perspectivas e as limitações do Bacteriológico de São Paulo, Adolfo Lutz aceita convite de Oswaldo Cruz e passa a trabalhar em Manguinhos. Formalmente só deixa a direção da instituição paulista em 1913. Adolfo Lutz descobre a micose blastomicóide, hoje conhecida como doença ou micose de Lutz.
Chegam ao Brasil os cientistas alemães Stanislas von Prowazek e G. Giemsa, que, no curto período que permaneceram trabalhando no Instituto Oswaldo Cruz, exerceram grande influência sobre os protozoólogos brasileiros, como Henrique Aragão e Aristides Marques da Cunha. É talvez a primeira vez que cientistas estrangeiros vêm ao país para estagiar, além de transmitir conhecimentos.
Álvaro da Silveira, discípulo de Leônidas Damásio e pertencente ao grupo dos botânicos mineiros, publica A Flora e Serras Mineiras.
John Casper Branner publica sua Geologia Econômica da Bahia e, em colaboração com J. A. Lustosa, Manganese Deposit of Morro da Mina.
Publicado o Relatório Final da Comissão de Estudos das Minas de Carvão de Pedra, da autoria de I. C. White.
Gomes de Faria e Alcides Godoi, do Instituto Oswaldo Cruz, comunicam ao 6.° Congresso de Medicina e Cirurgia um novo método de vacinação contra o carbúnculo sintomático, vulgarmente conhecido como *peste da manqueira".
1909 Pelo decreto n.° 7.672 é criada, no Ministério da Agricultura, a Diretoria de Meteorologia e Astronomia, com duas seções distintas, sediada no Observatório Nacional. 1909 O professor John Casper Branner publica The Diamond Bearing High Lands of Bahia.
Realizado o primeiro Congresso Brasileiro de Geografia, sob os auspícios da Sociedade Brasileira de Geografia. Henrique da Rocha Lima, pesquisador de Manguinhos, é convidado por Duerck para ser seu assistente na Universidade de Viena e, logo depois, por Prowazek para organizar e dirigir a recém-criadaDivisão de Anatomia Patológica do Instituí für Schiffs-und-Tropenhygiene de Hamburgo, mais tarde conhecido por Tropeninstitut.
Início da publicação das Memórias do Instituto Oswaldo Cruz, que serve de veículo para as publicações de todos os cientistas do Instituto. Carlos Chagas, do Instituto de Manguinhos, verifica a existência de uma tripanossomíase humana e consegue estudar e descrever o ciclo completo no organismo do transmissor e dos vertebrados, o que lhe vale a aclamação da Academia Nacional de Medicina, que o nomeia membro titular, mesmo contrariando os estatutos. Trata-se da moléstia hoje conhecida como Doença de Chagas.
Chega ao Brasil o protozoólogo alemão Max Hartmann para se juntar em Manguinhos a Prowazek e Giemsa, aqui desde o ano anterior. Hartmann, junto com os outros dois, tem grande influência sobre estes primeiros anos da protozoologia no Instituto.
Henrique Beaurepaire Aragão, cientista do Grupo de Manguinhos, publica seus trabalhos sobre os esporozoários do sangue e a divisão nuclear nas amebas.
Cardoso Fontes, pesquisador de Manguinhos, publica seus primeiros estudos sobre a filtrabilidade do bacilo da tuberculose, que mais tarde lhe renderão uma homenagem no 1.° Congresso Internacional de Tuberculose. Suas pesquisas, no entanto, foram sempre contestadas.
1910 Sob a direção de Batista Lacerda (1895-1915), o Museu Nacional passa por completa reforma, inclusive do prédio do Palácio Imperial, para onde passou em 1892. Sai do Ministério da Justiça para o recém-criado Ministério da Agricultura, Indústria e Comércio, auxiliando na organização das repartições técnicas deste, principalmente dos laboratórios da Escola Superior de Agricultura e Medicina Veterinária. 1910 Artur Neiva, pesquisador de Manguinhos, demonstra definitivamente a existência de estirpes de plasmódios resistentes aos antimaláricos, principalmente a quinina. Além disso, descreve algumas novas espécies do mosquito transmissor.
Iniciada a construção do Observatório Oficial do Estado de São Paulo. Alberto Betim Pais Leme, formado pela Escola de Minas de Paris e posteriormente doutor honoris causa pela Universidade de Paris, publica seu trabalho Estudo Geológico de uma Parte do Distrito Federal.
Gomes de Faria, pesquisador de Manguinhos, descobre o Ancylostoma braziliense, principal causador da larva migrans cutânea, a chamada dermatose serpeante linear.
Alberto Löfgren publica suas Notas Botânicas e seu Mapa Botânico do Estado do Ceará, relacionados com os esforços de combate à seca naquele estado.
As observações do Observatório Nacional em relação ao cometa de Halley são publicadas nos Astronomische Nachrichten, vol. 186, n.° 4.443.
Prowazek, pelos seus trabalhos em Manguinhos e investigando a fauna protozoológica dos arredores do Instituto, consegue triplicar o número conhecido de protozoários brasileiros de vida livre. No qüinqüênio seguinte, A. A. da Cunha dá continuidade a este trabalho.
1910-11 Novo levantamento magnético da bacia do São Francisco, chefiado por Domingos Costa, resultando em importante contribuição para a geografia de Minas Gerais e da Bahia.
1911 Reforma do ensino que leva o nome de ministro Rivadávia Correia. Rompe com a tradição e segue o modelo alemão. Elaborada por Hilário de Gouveia com colaboração de Francisco Pinheiro Guimarães, dava ampla liberdade às escolas e abria perspectivas para que estas se transformassem gradativamente em entidades privadas subvencionadas pelo estado. Cria o Conselho Superior de Ensino, para fiscalizar o ensino superior e secundário. 1911 Publicação de Flora der Umgebung der Stadt São Paulo in Brasilien, de Usteri, que foi professor da Escola Politécnica de São Paulo.
Chega ao Brasil Alfred Schaeffer, químico alemão discípulo de Adolf von Baeyer, contratado para a instalação e direção do Laboratório de Análises do Estado em Belo Horizonte. Posteriormente encarregado, pela Escola de Engenharia de Belo Horizonte, de projetar e instalar o Instituto de Química, que inicia as atividades em 1921. John Casper Branner publica The Minerals Associated with Diamonds and Cartonados in lhe State of Bahia.
Faculdade de Medicina de Belo Horizonte. Surgiu em função de uma proposta neste sentido apresentada pela Associação Médico-Cirúrgica de Minas em meados de 1910. Equiparação em 1918,
Escola Livre de Engenharia de Belo Horizonte. Iniciativa partiu da Sociedade Mineira de Agricultura. Houve auxilio financeiro do governo do estado. Em 1914 passou a Escola de Engenharia de Belo Horizonte.
Criados no Museu Nacional, em dezembro, dois novos laboratórios, o Laboratório de Química Analítica e o Laboratório de Química Vegetal.
1912 Retomando uma iniciativa de 1891 que previa a criação de uma Academia de Medicina, Cirurgia e Farmácia, é criada em São Paulo a Faculdade de Medicina e Cirurgia. Reconhecida em 1922 e equiparada em 1931. Seu primeiro diretor é Arnaldo Vieira de Carvalho, do Instituto Vacinogênico e diretor clínico da Santa Casa. Este convida os estrangeiros Emílio Brumpt (Parasitologia), Alfonso Bovero (Anatomia) e outros. 1912 Orville A. Derby, no Congresso Internacional de Geologia, em Estocolmo, dá notícia dos reconhecimentos da geologia de Minas Gerais, principalmente das riquezas ferríferas, despertando grande interesse.
Fundada a Universidade do Paraná, como iniciativa privada e com pequena ajuda do estado, valendo-se da liberalização proporcionada pela Reforma Rivadávia. Era composta das faculdades de Medicina, Direito e Engenharia. A Reforma Maximiliano, de 1915, faz desaparecer o título de universidade. Vem ao Brasil, para uma estada de seis meses, a convite de Oswaldo Cruz, o grande patologista alemão e mestre de Henrique da Rocha Lima, Herman Duerck. Sua permanência, no entanto, não deixa praticamente influência na formação dos patologistas do Instituto.
A Faculdade de Medicina do Paraná é estabelecida e dirigida por Vitor do Amaral. É reconhecida oficialmente em 1922. Gaspar Viana descobre a cura da leishmaniose pelo tártaro emético.
Criação da Faculdade de Engenharia do Paraná, com cursos de engenharia civil e agronomia. É equiparada às universidades congêneres do país em 1920. O curso de agronomia é extinto em 1918. Luís Felipe Gonzaga de Campos, da Comissão Geográfica e Geológica de São Paulo, publica seu Mapa Florestal do Brasil, para oferecer uma base para os primeiros estudos de criação de reservas florestais.
Criada, no âmbito do Ministério da Agricultura, a Estação de Biologia Marinha, mantida na praia Vermelha, no Rio de Janeiro. Publicado o estudo Os Gnaisses do Rio de Janeiro, de Alberto Betim Pais Leme, professor do Museu Nacional.
Carlos Chagas, do Instituto de Manguinhos, recebe o prêmio Schaudinn, por seus trabalhos sobre a doença que leva o seu nome. Publicado o Catálogo das Aves Amazônicas como resultado do trabalho do Museu Paraense, sob coordenação de sua diretora, Emile Snethlage.
1913 A convite do governo do estado, Dusén, botânico sueco, volta ao Paraná e, além de seus estudos, organiza excelente herbário, que fica em Curitiba, mas não preservado pelos sucessores.
Navarro de Andrade, botânico formado por Coimbra e especialista em silvicultura, introduz o eucalipto no Brasil e organiza em Rio Claro um arboretum com mais de cem espécies, difundindo seu plantio no país, o que lhe faz merecer uma medalha da American Genetic Association.
Amoroso Costa (1885-1928) apresenta tese de docência na Escola Politécnica do Rio de Janeiro com o título Sobre a Formação das Estrelas Duplas.
Henrique Aragão e Gaspar Viana, do Instituto Oswaldo Cruz, publicam trabalho com descrição clínica, estudo histopatológico do granuloma venéreo e sua cura com tártaro emético.
John Casper Branner publica trabalho intitulado A Hydrocarbon Found m the Diamond and Carbonado District of Bahia.
Os pesquisadores do Instituto Oswaldo Cruz, César Guerreiro e Astrogildo Machado, descobrem pela primeira vez uma reação capaz de diagnosticar a doença de Chagas e que passa a denominar-se Reação Guerreiro-Machado.
Publicada pelo Serviço Geológico e Mineralógico, em português e inglês, a monografia Fósseis Devonianos do Paraná, por J. M. Clark.
Lauro Pereira Travassos, pesquisador do Instituto Oswaldo Cruz e discípulo de Gomes de Faria, inicia suas publicações sobre vermes parasitas, formando verdadeira escola de que fazem parte Herman Lent, Teixeira de Freitas, Hugo Souza Lopes e, em São Paulo, Clemente Pereira, Zeferino Vaz, Paulo Artigas e outros.
Organizada a Expedição Científica Roosevelt-Rondon.
1914 Criada a Escola de Engenharia de Juiz de Fora, Minas Gerais, sendo oficializada pelo governo federal em janeiro de 1918. 1914 Publicada em Bruxelas, em dois volumes, a obra de Sampaio Ferraz Instruções Meteorológicas.
Ao dia primeiro deste ano, o Brasil põe em prática as resoluções do Congresso da Hora, realizado em dezembro de 1912 em Paris por iniciativa de Baillaud e Ferrié, onde se fez representar por Nuno Alves da Silva, do Observatório Nacional. As resoluções se referem à adoção da hora fundamental do meridiano de Greenwich e à adoção de fusos horários. Eusébio Paulo de Oliveira publica seu trabalho sobre as jazidas de topázio.
Realizado pelo O Estado de S. Paulo o primeiro inquérito sobre o ensino público paulista, de onde saíram muitos elementos para a' Reforma de 1920 da instrução pública em São Paulo. Publicado pela Gáudio de Bruxelas o trabalho Levantamento Magnético do Valle do Rio São Francisco, resultado da expedição chefiada por Domingos Costa em 1910-11.
Instalada em Vassouras uma estação do Observatório Nacional destinada ao estudo das variações periódicas e seculares do magnetismo terrestre, dirigida por Alix de Lemos.
1915 -É extinta a Estação de Biologia Marinha, mantida pelo Ministério da Agricultura na praia Vermelha. Parte do pessoal e material é transferida para Manguinhos, onde se dá continuidade aos trabalhos. Sua extinção se deupor não ter sido incluída no orçamento federal a verba necessária a sua manutenção. 1915 Heitor Murano, sob orientação de Vital Brasil, produz no Instituto Butantã pela primeira vez um soro contra a peçonha dos escorpiões.
A Reforma Carlos Maximiliano autoriza o governo a agrupar em universidade a Escola Politécnica, a de Medicina e uma das faculdades de Direito do Rio de Janeiro. Navarro de Andrade publica Questões Florestais, sobre a controvertida influência da mata sobre o clima.
Fundada a Sociedade de Physica e Chimica no Rio de Janeiro, por Luís Osvaldo de Carvalho e alguns companheiros do Laboratório de Análises. Teve, no entanto, vida efêmera.
O Serviço Geológico e Mineralógico passa por uma vigorosa reforma, passando a predominar, segundo o novo e rígido dispositivo regulamentar, uma orientação utilitária, de geologia aplicada.
Início da publicação da Revista de Chimica e Physica Puras e Applicadas, fundada por Luís Osvaldo de Carvalho, como órgão da Sociedade de Physica e Chimica. Apareceu regularmente em 1915 e 16, depois esporadicamente até extinguir-se em 1919, tendo uma vez (1918) aparecido com nome de Revista de Chimica e Physica e de Sciencias Historico-Naturaes Puras e Applicadas.
1916 Fundada a Academia Brasileira de Ciências com a denominação primitiva de Sociedade Brasileira de Ciências, modificada para a atual em 1921. 1916 Amoroso Costa (1885-1928) publica na Revista Didática da Escola Politécnica seu primeiro artigo, intitulado "Um Problema sobre a Catenária", reproduzido em 1917 na obra La Mesure Rapide des Bases Géodésiques, publicada em Paris por René Breuil e Ch. Ed. Guillaume.
Fundada, por Luís Osvaldo de Carvalho, a Associação Brasileira de Farmacêuticos. Rocha Lima, do Instituto Manguinhos, trabalhando no Instituto de Doenças Tropicais de Hamburgo e professor de Anatomia Patológica da Universidade da mesma cidade, apresenta trabalho no Congresso de Medicina de Guerra em Varsóvia, identificando a Rikettsia prowazek como agente causal do tifo exantemático europeu.
Por sugestão de Gama Cerqueira em 1911, e recomendação do Conselho Superior de Ensino, que julgava inconveniente curso exclusivo de odontologia, a Escola Livre de Odontologia de Belo Horizonte passa a Escola Livre de Odontologia e Farmácia, reconhecida em 1920 e incorporada à Universidade em 1927. Navarro de Andrade, botânico paulista, publica, em colaboração com Octávio Vecchi, Les Bois Indigiènes de São Paulo, em que mais de 150 essências florestais da vegetação paulista são descritas e ilustradas.
O Laboratório de Química Analítica e o Laboratório de Química Vegetal, ambos do Museu Nacional, fundem-se em um único Laboratório de Química, sob a chefia de Alfredo de Andrade. O botânico Alberto J. Sampaio publica sua A Flora de Matto Grosso, em homenagem aos trabalhos botânicos da Comissão Rondon.
1917 Morre Oswaldo Cruz. Na direção do Instituto que leva o seu nome é substituído por Carlos Chagas. 1917 Início da previsão do tempo para o Distrito Federal e o estado do Rio de Janeiro a partir das observações do Observatório Nacional.
Início da publicação da Revista da Sociedade Brasileira de Sciencias, Em 1920 passa a Revista de Sciencias até 1922. Em 1926 reaparece como Revista da Academia Brasileira de Ciências, até 1928. Em 1939 volta a circular como Anais da Academia Brasileira de Ciências, em publicação trimestral. Ferdinando Labouriau Filho, da Escola Politécnica do Rio de Janeiro, publica suas Observações Geológicas nas Cercanias do Distrito Federal.
Amoroso Costa apresenta à Sociedade Brasileira de Ciências, futura Academia Brasileira de Ciências, um trabalho sobre a determinação do azimute por alturas iguais de duas estrelas, análogo ao método de Zinger, mas especialmente aplicável a pequenas latitudes.
1918 Criado no Rio de Janeiro o Instituto de Química, ideado, fundado, organizado e dirigido durante vinte anos por Mário Saraiva. O Instituto sucede ao Laboratório de Fiscalização de Defesa da Manteiga. Até 1933 conta com dois chefes de laboratório; José Hasselmann e Luís Afonso de Faria. Desenvolveu-se como renomado centro de pesquisas em química agrícola. 1918 A convite de Carlos Chagas, novo diretor de Manguinhos, vem ao Brasil o patologista americano Bowman C. Crowell, do Hospital Bellevue de Nova York. Sua vinda foi auspiciada pela Fundação Rockefeller. Permanece por cerca de cinco anos.
Início das atividades da Fundação Rockefeller, no Brasil, por convênio com o Instituto de Manguinhos. Teodoro Augusto Ramos (1895-1935) defende perante a Congregação da Escola Politécnica do Rio de Janeiro a tese Sobre as Funções de Variáveis Reais. Segundo Oliveira Castro (1955), foi através deste trabalho que a matemática do século XX teve entrada no país.
Criado na Escola Politécnica de São Paulo o curso de Química, com quatro anos de duração, sem depender do Curso Preliminar da Escola. Amoroso Costa publica na Revista da Sociedade Brasileira de Ciências um artigo "Sobre um Teorema de Cálculo Integral", referente a um teorema de Joaquim Gomes de Sousa (1829-63).
1918-19 Início da publicação das Memórias do Instituto Butantã, logo após seguido dos Anexos das Memórias do Instituto Butantã. O segundo volume só saiu em 1925, tendo a partir de então circulação regular. Eusébio Paulo de Oliveira publica trabalho intitulado Rochas Petrolíferas do Brasil.
Pecegueiro do Amaral publica seu Resumo das Prelecções de Chimica Biológica, que teve várias reedições.
1919 Criação do Instituto de Veterinária da Secretaria, da Agricultura de São Paulo, incorporado à Faculdade de Medicina Veterinária da Universidade de São Paulo, em 1934. Incluía um Departamento de Parasitologia (Lauro Travassos) e Anatomia (Alfonso Bovero). 1919 Henrique Morize, diretor do Observatório Nacional, chefia comissão do Brasil que, em Sobral, estuda o eclipse total do Sol. Participam Domingos Costa, Lélio Gama e Alírio de Matos. Nesta ocasião, a missão inglesa chefiada por Crommelin estuda a deflexão da luz em campo gravitacional, prevista pela teoria da relatividade de Einstein, chegando a um desvio diferente do previsto.
Carlos Chagas, diretor do Instituto de Manguinhos, convida Miguel Ozório de Almeida para organizar um laboratório de Fisiologia. Deste laboratório saíram nomes como Thales Martins, Mário Vianna Dias, Haity Moussatché, Tito Arcoverde de Albuquerque Cavalcanti, Antônio Augusto Xavier, Fernando Ubatuba e outros. Miguel Ozório deixou Manguinhos em 1921 para voltar em 1927. Casper Branner edita o primeiro mapa geológico do Brasil. Ao mesmo tempo publica, no Bulletin of the Geological Society of América (vol. 30, n.° 2), seu artigo "Outlines of the Geology of Brazil to Accompany the Geological Map of Brazil".
Os professores Benjamin Leroy Miller e Joseph T. Singewaid Jr. publicam seu livro intitulado The Mineral Deposits of South America.
Amoroso Costa (1885-1928) publica na Revista Didática da Escola Politécnica pequeno trabalho sobre "A Evidência em Matemática", baseado na filosofia matemática de Poincaré.
Teodoro Augusto Ramos (1895-1935) apresenta à Escola Politécnica de São Paulo o trabalho Questões Sobre as Curvas Reversas, que lhe assegurou o cargo de professor substituto. Com sua atuação, a Escola Politécnica de São Paulo tornou-se, na época, o principal centro irradiante de matemática moderna no país.
Amoroso Costa (1885-1928) publica, na Revista Didática da Escola Politécnica, uma nota "Sobre Alguns Pontos da Teoria das Séries Divergentes".
1920 Criação da Universidade do Rio de Janeiro, pelo decreto 14.343 de 7 de setembro de 1920, reunindo a Faculdade de Medicina, a Escola Politécnica e a Faculdade de Direito. Embora considerado como criação da primeira universidade no país, em quase nada alterou o funcionamento das faculdades tradicionais. 1920 Publicado na Revista de Ciências, antes Revista da Sociedade Brasileira de Ciências, o artigo "O Princípio da Relatividade", por Roberto Marinho, o primeiro a introduzir esta teoria no meio científico nacional. Início de uma série de artigos em várias revistas como a Revista do Brasil e a Revista Brasileira de Engenharia.
Criação, por iniciativa do Congresso Nacional, de diversos cursos de Química Industrial, como entidades didáticas independentes, mas anexos a instituições técnicas, com o fim de aproveitamento de docentes e laboratórios, com possível contratação de profissionais estrangeiros. Com duração de três anos, foram iniciados oito: Belém, Recife, Salvador, Belo Horizonte, Ouro Preto, Rio de Janeiro, São Paulo e Porto Alegre. A maioria não consegue sobreviver além de 1930, ano em que lhes é cortada a subvenção federal. Amoroso Costa (1885-1928) publica, na Revista de Ciências, artigo intitulado "A Filosofia Matemática de Poincaré".
Criado o curso de Química Industrial, anexo à Escola de Engenharia de Pernambuco. Estadualizado em 1940, com sua transferência para a Escola Superior de Agricultura de Pernambuco. Desmembrado em 1948, torna-se instituição independente como Escola de Química de Pernambuco que em 1949 é incorporada à Universidade de Recife. 1920-21 Publicação da Contribuição à Mineralogia do Planalto da Borborema, de Eusébio Paulo de Oliveira.'
Organização do curso de Química, anexo à Escola de Engenharia de Porto Alegre, para que foi convidado o químico alemão Otto Rothe. Também contratado na Alemanha Erick Schirm.
Início do curso de Química Industrial e Agrícola junto à Escola Superior de Agricultura e Medicina Veterinária em Niterói, subordinada ao Ministério da Agricultura, posteriormente transferido, junto com a Escola, para o Rio de Janeiro.
Carlos Chagas convida José Carneiro Felipe, formado na Escola de Minas de Ouro Preto, para dar inicio às atividades no campo da Química e da Físico-Química em Manguinhos. Apesar da ida de Botafogo Gonçalves para uma especialização de dois anos em Química Orgânica, na Alemanha, e a vinda de Fritz Unger, do Instituto de Química Farmacêutica, de Berlim, não foi possível dar impulso ao novo laboratório do Instituto.
Início da publicação do Boletim da Associação Brasileira de Pharmaceuticos, sob a redatoria-chefe de Rodolfo Albino Dias da Silva. Veio substituir a Revista de Physica e Chimica. Em 1936 muda o título para Revista da Associação Brasileira de Farmacêuticos. Em 1940 passa a se chamar Revista Brasileira de Farmácia, aparecendo mensalmente.
1921 Criado o curso de Química Industrial da Escola Politécnica de São Paulo, como curso abreviado, nos moldes federais. Teve treze anos de existência.
Início das atividades do Instituto de Química da Escola de Engenharia de Belo Horizonte, organizado e dirigido até 1926 por Alfred Schaeffer e depois por Otto Rothe. Fechado em 1931.
Inaugurada a Escola de Química Industrial do Pará, anexa ao Museu Comercial do Pará, da Associação Comercial do Pará. Organizada e dirigida por Paul Le Cointe, diretor do Museu e ex-preparador do Instituto de Química da Universidade de Nancy. Contratados como professores Charles Paris e Raymond Joannis e, em substituição, René Rougier, Georges Bret e André Cailler. Transformou-se rapidamente em auspicioso centro de pesquisas, segundo Rheinboldt. Fechada em 1930 por corte da subvenção federal.
Uma reforma dá novo regulamento ao Instituto de Química do Rio de Janeiro, possibilitando o desenvolvimento de pesquisas.
Fundada por Fonseca Costa, no âmbito do Ministério da Agricultura, Indústria e Comércio, a Estação Experimental de Combustíveis e Minérios, inicialmente para realizar estudos sobre o carvão do Sul. Transformada em Instituto de Tecnologia em 1933 e, um ano depois, em Instituto Nacional de Tecnologia INT.
Extinção da Diretoria de Meteorologia e Astronomia pela separação dos dois institutos. Criação da Diretoria de Meteorologia.
Graças aos esforços de Henrique Morize, diretor do Observatório Nacional, este é transferido para o morro de São Januário, local sugerido por ele e A. G. Paulo de Frontin.
1922 Acirrados debates na Academia Nacional de Medicina do Rio de Janeiro põem em dúvida a incidência, sintomatologia e identificação da doença de Chagas. Uma comissão, nomeada para elaborar um parecer, confirma a originalidade e importância da descoberta de Carlos Chagas. 1922 Em comemoração ao Centenário da Independência do Brasil, o Clube de Engenharia do Rio de Janeiro edita, por especial empenho de Francisco Behring, uma carta geográfica do Brasil, em escala de 1:1.000.000, composta de 52 folhas e impressa em Berlim.
Realizada no Rio de Janeiro a Conferência Interestadual de Ensino Primário, convocada pelo governo federal para estudar a intervenção do estado no ensino primário. Delgado de Carvalho publica sua Fisiografia do Brasil.
Realizado em novembro o l." Congresso Brasileiro de Química, no Rio de Janeiro, por ocasião do I Centenário da Independência. Iniciativa de José de Freitas Machado, em cooperação com Paulo Ganns, pela Sociedade Nacional de Agricultura. Eusébio Paulo de Oliveira publica sua Geologia Estratigráfica e Econômica.
Fundada a Sociedade Brasileira de Química, durante o 1.° Congresso Brasileiro de Química, no Rio de Janeiro. Seu presidente interino por aclamação é Daniel Henninger, professor da Escola Politécnica. Constituída em 1923, tendo como primeiro presidente eleito Freitas Machado. Chega ao Rio de Janeiro a Missão Biológica Belga, chefiada por Massart, dela participando Bouillenne, Ledoux, Brien e Navez, com o propósito de completar a formação dos jovens naturalistas. Ficaram no Jardim Botânico, sob direção de Pacheco Leão, onde colaboravam Löfgren, Ducke e Kuhimanu.
Lançada por Sampaio Ferraz a Revista Mensal de Meteorologia, de vida efêmera, por falta de verbas. Publicação de Estudo Analítico das Águas Minerais do Estado de Minas Gerais, por Oto Rothe.
Início da publicação dos Anais do Museu Paulista. Odorico Rodrigues de Albuquerque publica seus Reconhecimentos Geológicos na Amazônia.
1922-23 Philip von Luetzelburg, enviado em 1910 pela Academia de Munique e logo depois nomeado botânico e fitogeógrafo da Inspetoria de Obras contra a Seca, de cuja seção de Botânica era chefe Löfgren, publica, em três volumes com mais de quinhentas páginas, obra intitulada Estudo Botânico do Nordeste, contendo a primeira classificação científica da caatinga.
1923-24 Gomes de Faria, do Instituto Oswaldo Cruz, a partir dos primeiros estudos sérios sobre entero-bactérias, determina a etiologia da disenteria bacilar no Rio de Janeiro.
Aproveitando as séries pluviométricas da Inspetoria Federal de Obras contra Secas, Delgado de Carvalho, junto com Arrojado Lisboa, elabora o Atlas Pluviométrico do Nordeste.
1924 Criação da Associação Brasileira de Educação, no Rio de Janeiro, sob a presidência de Heitor Lira, com a finalidade de congregar educadores e todos aqueles que se preocupam com os problemas educacionais do país. Organizadora das Conferências Nacionais de Educação, a partir de 1927. 1924 Os membros da comissão instituída pelo governo do Estado de São Paulo para averiguar estragos e identificar o parasita da broca do café, Artur Neiva, Ângelo da Costa Lima e Edmundo Navarro de Andrade, identificam o Hypothenemus hampeí como agente causador da broca.
Constituída pelo governo de São Paulo comissão para averiguar estragos causados pela broca do café e identificar-lhe a origem. Participam Artur Neiva, Ângelo da Costa Lima e Edmundo Navarro de Andrade. No mesmo ano, a comissão é institucionalizada como Serviço de Defesa do Café, sendo Costa Lima substituído por Adalberto de Queirós Telles. Ainda no mesmo ano, transformada em Comissão de Estudo e Debelação da Praga Cafeeira, dirigida por Artur Neiva. Dará origem, em 1927, ao Instituto Biológico de Defesa Agrícola e Animal, mais conhecido como Instituto Biológico de São Paulo. O geólogo Djalma Guimarães publica seu trabalho Contribuição à Petrografia do Brasil.
Instalação da Biblioteca do Instituto Agronômico do Estado de São Paulo, reputada como uma das melhores do estado, por Teodureto de Camargo. Eusébio Paulo de Oliveira publica Folhelhos Betuminosos e Origem do Carvão do Sul do Brasil.
Fundada a Sociedade de Farmácia e Química de São Paulo.
1925 Decretada a Reforma Rocha Vaz, que entre outras medidas transforma o Conselho Superior de Ensino de 1911 em Conselho Nacional do Ensino, com atribuições de fiscalização do ensino superior e secundário. 1925 Eusébio Paulo de Oliveira, diretor do Serviço Geológico, publica Jazidas de Diamante do Salobro e Épocas Metalogênicas do Brasil.
Afrânio do Amaral, do Instituto Butantã, organiza nos Estados Unidos e na América Central o Antivenin Instituto of América, a convite do governo americano. Sampaio Ferraz publica no Rio de Janeiro seu trabalho sobre as Causas Prováveis das Secas do Nordeste Brasileiro.
Criado, no Instituto Butantã. o Laboratório de Fisiologia, dirigido por Jaime Pereira, recém-chegado dos Estados Unidos é da Europa, onde publicou vários artigos. As Astronomische Nachrichten publicam as observações dos cometas de Reid, Tempel e Ensor, feitas no Observatório Nacional por Domingos Costa.
Reforma do Museu Paulista, pelo decreto 3.871, organizando-o em três seções; História Natural, Zoologia e Botânica. O botânico alemão Schlechter (1872-1925) publica uma obra sobre a Flora de Orquidáceas do Rio Grande do Sul, editada em Dahlem, na Alemanha.
O Gabinete de Resistência de Materiais da Escola Politécnica de São Paulo é transformado em Gabinete de Resistência e Ensaios, ampliando grandemente suas funções de pesquisa e, principalmente, atendendo à demanda de serviços técnicos reclamados pela indústria paulista. Em 1931 passa a se denominar Laboratório de Ensaio de Materiais.
Carlos Chagas, do Instituto de Manguinhos, recebe o prêmio Kummer, pela Universidade de Hamburgo, em função dos seus trabalhos sobre a doença de Chagas.
Visita de Albert Einstein ao Brasil, em viagem de retomo de Buenos Aires. Ficou no país uma semana, no mês de maio, visitando várias instituições (Museu Nacional, Academia Brasileira de Ciências, Observatório Nacional, Manguinhos, Hospital Nacional de Alienados, etc.). Pronunciou duas conferências; uma no Clube de Engenharia e outra na Politécnica.
1926 Realizado e publicado por O Estado de São Paulo o primeiro Inquérito sobre o Ensino (na verdade o segundo, considerando-se o de 1914). Organizado e dirigido por Fernando de Azevedo. 1926 Iniciado pelo Ministério da Agricultura, por autoria de Pio Correia, o Dicionário das Plantas Úteis no Brasil e das Exóticas Cultivadas, não tendo passado, no entanto, do terceiro volume.
Início do curso de Engenheiros Químicos, da Escola Politécnica de São Paulo. Criado, em dezembro do ano anterior, pela fusão dos cursos anteriores de Químicos e de Engenheiros Industriais. Teodoro Ramos (1895-1935) publica em São Paulo trabalho intitulado Integrais Definidas das Funções Descontínuas.
Inaugurado o Instituto de Química Industrial de Porto Alegre, anexo à Escola de Engenharia, organizado por Otto Rothe. Entre 1929 e 1931 contratam-se professores estrangeiros (Kemmer, Meyen, Fritz Zürn, etc.), que ficam pouco tempo. Após crise financeira, passa ao Estado em 1934. Odorico Rodrigues de. Albuquerque publica seus Estudos Geológicos v Mineralógicos Feitos na Bacia do Rio Doce.
Início da Revista de Agricultura, da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, sob a direção de Nicolau Athanassof, Salvador de Toledo Pizza Jr. e Octavio Domingues. Eusébio Paulo de Oliveira, diretor do Serviço Geológico, publica Magmas Metalíferos; Jazidas de Ouro da Passagem; Gênese do Diamante Brasileiro e Mineral Resources of Brazil.
Lélio Gama, do Observatório Nacional, publica no Rio de Janeiro, pela Leuzinger, seu livro Oscilações Internas do Eixo da Terra, Suposta Rígida.
1927 Criação do Instituto Biológico de Defesa Agrícola e Animal do Estado de São Paulo, a partir da Comissão de Estudo e Debelação da Praga Cafeeira, antes Serviço de Defesa do Café. Diretor: Artur Neiva, substituído em 1933 por Henrique da Rocha Lima. Em 1934 passa a Instituto complementar da Universidade de São Paulo como Instituto Biológico. 1927 Domingos Costa publica no Rio de Janeiro, pela P. Americana, suas Medidas Micrométricas de Estrelas Duplas Efetuadas Durante os Anos de 1924 a 1926 na Equatorial de Cooke de 46 cm, incluídas no Reference Catalogue de Innes.
Transferida para o Instituto Biológico a seção de Botânica do Museu Paulista. Alix de Lemos, do Observatório Nacional, publica no Rio de Janeiro, pela Imprensa Nacional, os Resultados das Observações Realizadas no Observatório Magnético de Vassouras 1915 a 1923.
Instalação da seção de Química e Tecnologia Agrícola no Instituto Agronômico do Estado de São Paulo. Emílio Alves Teixeira, enquanto correspondente do Engineering and Mining Journal, publica "The Iron Ore Resources of Brazil".
Criada, por iniciativa de Alípio Leme de Oliveira, diretor do Observatório Oficial do Estado de São Paulo, a Diretoria do Serviço de Meteorologia e Astronômico do Estado de São Paulo. Eusébio Paulo de Oliveira publica pelo Serviço Geológico e Mineralógico sua monografia Geologia e Recursos Minerais do Estado do Paraná.
Realizado no Rio de Janeiro o Congresso do Ensino Superior, em homenagem ao centenário da criação dos cursos jurídicos no Brasil. Henrique de Beaurepaire Aragão, pesquisador de Manguinhos, publica seu trabalho sobre a virose mixoma do coelho, que serviu de base para o combate bacteriológico do coelho selvagem na Austrália.
Realizada em Curitiba a Primeira Conferência Nacional de Educação, organizada pela Associação Brasileira de Educação. Ao todo foram realizadas, até 1937 sete conferências. Previstas para realização, de ano em ano, em capitais estaduais diferentes. Rodolfo von Ihering retoma o estudo da piscicultura e chega à descoberta do Método R. v. Ihering (inseminação). Incentiva na Comissão Técnica de Piscicultura do Nordeste, hoje DNOCS, grupo de pesquisadores em seu novo método de trabalho.
Reforma pedagógica em Minas Gerais (Francisco Campos e Mário Casassanta).
Criada no Instituto Agronômico de Campinas a primeira seção dedicada especificamente à Genética.
Chega a São Paulo, para ficar, o professor, pesquisador e conferencista carioca André Dreyfus, para assumir a cadeira de Histologia da Faculdade de Medicina, onde será grande propagandista da Genética moderna.
1927-30 Reforma do ensino do Distrito Federal (Fernando de Azevedo).
1928 Inquérito promovido pela Associação Brasileira de Educação, publicado em 1929 sob o título: O Problema Universitário Brasileiro: Inquérito Promovido pela Seção de Ensino Técnico e Superior da Associação Brasileira de Educação. Para respondê-lo, convidado grande número de intelectuais, cientistas e educadores. 1928 Carlos Bastos de Magarinos Torres, pesquisador do Instituto Oswaldo Cruz, verifica pela primeira vez a presença de inclusões oxicromáticas nos núcleos das células hepáticas, nos casos de febre amarela, e que ocorrem já nas fases iniciais da doença.
Henrique da Rocha Lima é convidado por Artur Neiva, diretor do recém-criado Instituto Biológico de São Paulo, para chefiar a Divisão Animal deste. Com o afastamento de Neiva em 1933, Rocha Lima o substitui, permanecendo no cargo até 1949, quando, aos 70 anos, aposentou-se. Olympio da Fonseca, pesquisador de Manguinhos, apresenta trabalho no IV Congresso Brasileiro de Higiene na Bahia, refutando Noguchi, que dizia ser a Leptospira icteroides o agente etiológico da febre amarela. Trabalho amplamente comentado no exterior, mas menosprezado no Brasil, inclusive por pesquisadores de Manguinhos.
Início e fim da publicação do Boletim da Sociedade de Chimica de São Paulo, que só chegou a cinco números naquele ano. Luís Caetano Ferraz publica seu Compêndio dos Minerais do Brasil, que veio substituir o Dicionário Geográfico das Minas do Brasil, de Francisco Inácio Ferreira, publicado em 1885.
Iniciada a publicação em São Paulo do Boletim Astronômico e Geofísica, de periodicidade irregular. Publicado pela Leuzinger do Rio de Janeiro o trabalho Marés e Problemas Correlatos, de Alix de Lemos, do Observatório Nacional.
1928-38 O geólogo Luís Flores de Morais Rego, do Instituto Astronômico e Geográfico, depois da Escola Politécnica de São Paulo, publica inúmeros trabalhos de geologia econômica, resultantes de suas pesquisas.
1928-44 O engenheiro de minas alemão, formado em Freyberg, Teodor Knecht, publica extenso material sobre a mineralogia de São Paulo, resultante de suas atividades no Instituto Geográfico e Astronômico de São Paulo.
1929 O botânico Frederico Carlos Hoehne recebe o título de doutor honoris causa da Universidade de Göttingen. Hoehne começou como jardineiro-chefe do Museu Nacional. Nunca foi além do nível secundário de ensino. Publica entre 1915-50 mais de quinhentos artigos de divulgação e cem trabalhos, monografias e interpretações científicas. Editou vários volumes de sua Flora Brasílica, que pretendia fosse obra nos moldes da Flora Brasiliensis. Hoehne foi também fundador e diretor do Instituto de Botânica do Estado de São Paulo. 1929 Lançado por Jayme Pereira o Manual de Farmacologia.
Aparece o primeiro número da Revista Brasileira de Chimica, órgão da Sociedade Brasileira de Chimica. Redator-chefe, Mário Saraiva, e principal articulador, José Custódio da Silva. Em 1931, muda para Revista da Sociedade Brasileira de Chimica. Após anos de aparecimento irregular, desaparece, com a fusão da Sociedade e da Associação, em 1951. Publicados os Folhelhos Várvicos do Sul do Brasil; Rochas das Ilhas Atlânticas e Gold in Brazil, da autoria de Eusébio Paulo de Oliveira.
O Observatório Oficial do Estado de São Paulo passa a publicar seu Annuario, interrompendo a publicação entre 1938 e 1953, quando aparece sob nova forma. Huascar Pereira publica seu Diccionário das Plantas Úteis do Estado de São Paulo.
Publicado no Rio de Janeiro, pela Leuzinger, o trabalho do Prof. Lélio Gama intitulado Contribuições para o Estudo da Variação das Latitudes, considerado contribuição importante para problema fundamental da astronomia moderna. No mesmo ano, pela mesma editora, saem Determinação da Latitude, analisando diversos métodos e detalhando minuciosamente o de Horrebow-Talcott, considerado modelo, e Estudo sobre as Linhas Geodésicas.
Logo após sua morte, é publicado nos Anais da Academia Brasileira de Ciências, de Amoroso Costa, "Densidade Média, Centro de Gravidade e Gravitação Newtoniana em um Universo de Massa Total Infinita", em que manifesta seu crescente interesse em assuntos de cosmogonia.
Publicado o trabalho A Teoria da Relatividade e as Raias Espectrais do Hidrogênio.
1929-30 Publicados os resultados da Missão Biológica Belga de 1922, sob o título de Une Mission Biologique Belge au Brésil, em dois volumes, o primeiro ainda sob a coordenação de Massart, chefe da Missão, o segundo por Bouillenne.