Jacques Marcovitch foi conferir, e viu que eu tinha usado os dados de 2007, e não de 2008, na nota sobre o ranking do THES (era o que aparecia no site do THES). A posição das quatro principais universidades latinoamericanas – USP, Unicamp, Universidade de Buenos Aires e Universidade Nacional do México – de 2006 a 2008 é a do quadro abaixo. A UNICAMP aparecia perto da USP em 2007, mas está fora da lista de 200 em 2008, e a Universidade de Buenos Aires, que aparece em 2008, estava até então fora da lista das 200 mais.
Estas enormes variações mostram que algo está errado – as universidades não mudam tanto de ano para ano. Marcovitch acredita que possa haver um problema com a amostra, mas me parece que a principal explicação metodológica é que as diferenças entre as instituições devem ser pequenas, elas devem estar agrupadas em grandes blocos, mas se distanciam quando são ordenadas sequencialmente, perdendo a informação sobre as distâncias (um erro clássico de má transformação de diferentes níveis de medida).
Além disto, claro, estão os critérios utilizados, e os pesos que são dados a cada um dos fatores, que podem ser questionados. Não dá para tomar estes números a ferro e fogo, mas eles confirmam que mesmo as melhores universidades da região estão longe de participar do clube seleto das universidades de padrão internacional.
Caro Simon,
concordo com você que precisamos levar a sério esta classificação, mesmo que não concordemos com os resultados. Mais e mais o setor privado procura investir em regiões onde há recursos humanos com qualidade ( e quantidade) . Como existe uma competição por estes investimentos, há, naturalmente, uma analise comparativa entre as Universidades locais. E se não tivermos bem no quadro, iremos perder investimentos para outras regiões.
A questão da classificação não é academica, nem de orgulho por estar na lista. Ela é importante para qualquer política de atração de investimentos estrangeiros, principalmente nos setores de alta tecnologia.
Lembro, para finalisar, que entre os países do BRIC, estamos muito atrás da China e da India e, tambem atrás da Russia. Hoje estamos concorrendo com o segundo time dos emergentes ,
um grande abraço,
Flavio