A PNAD 2012 indicou que o total de analfabetos no Brasil (pessoas que declaram não saber ler e escrever) aumentou em 317 mil desde o ano anterior. Este resultado foi bastante comentado na imprensa, apesar de os técnicos do IBGE terem dito que se trata, muito provavelmente, de uma flutuação estatística sem maior significado.
As tabelas ao lado permitem ver melhor o que ocorre. Em termos absolutos, a maior parte do aumento se deu entre pessoas acima de 50 anos. A tabela seguinte em percentagens, mostra que a proporção de jovens analfabetos continua se reduzido, ficando restrita, cada vez mais, aos mais velhos.
A conclusão é que, embora nossa educação tenha muitos problemas, este não é um deles. Ou se trata, de fato, de uma flutuação estatística sem maior significação (não podemos esquecer que estes dados são de uma pesquisa amostral, com estimativas baseadas em projeções da população), ou estamos importando analfabetos idosos, ou muitas pessoas mais velhas que antes eram alfabetizadas agora esqueceram o que sabiam.
Estes dados também confirmam que é muito difícil alfabetizar pessoas mais velhas, que passaram grande parte de sua vida adulta sem ler e escrever. O problema do analfabetismo absoluto no Brasil está concentrado nesta população mais velha das regiões mais pobres, pessoas que não tiveram na juventude as oportunidades que as gerações mais jovens estão tendo. O problema do analfabetismo funcional persiste – pessoas que, embora minimamente alfabetizadas, não conseguem entender o que lêm nem se expressar por escrito. Mas isto a PNAD não capta.
Boa tarde.
A notícia é interessante. E, em certa medida, boa.
Mas, como apontado, o analfabetismo funcional permanece como preocupação. A ele se junta, ou melhor, junto eu, o que se poderia chamar de analfabetismo técnico e, uma outra categoria : o analfabetismo tecnológico.
Cordialmente, Ajscampello
Prezado Simon,
Boa noite!
Parece que estamos conseguindo estancar a produção de analfabetos jovens.A escola esta fazendo o seu papel.Mas depois dos 40 anos a situação, ainda é preocupante.Norte e Nordeste?
Ana Maria