Constituição do Racismo

Eu tinha decidido, tempos atrás, não escrever mais sobre o tema das políticas raciais, depois de ter sido acusado mais de uma vez de fazer parte da conspiração racista-judaico-liberal contra os negros brasileiros. No entanto, gostaria de chamar a atenção para o artigo de Demétrio Magnoli na Folha de São Paulo de hoje, 12 de Janeiro, sobre o tal “Estatuto da Igualdade Racial” que está tramitando aparentemente sem crítica pelo Congresso, e que vai significar, na prática, a revogação do princípio constitucional da igualdade de todos, consagrado no artigo 5 da Constituição brasileira, entre outras coisas. Este estatuto, que ninguém no Congresso parece querer discutir, dá continuidade a um projeto da antiga Senadora Benedita da Silva de obrigar a todos terem uma identidade racial obrigatória, sobre o qual escrevi em 1998, e que, na minha ingenuidade, achei que estava sepultado, pelos absurdos que continha. Ledo engano.

Não vou repetir aqui os argumentos contra este tipo de legislação, que estão muito bem apresentados no artigo de Magnoli, e podem ser vistos também no meu texto de 1998. O que queria assinalar aqui é o clima de culpa, reforçada pelo patrulhamento, que faz com que muitas pessoas deixem de examinar e discutir estas questões, por medo de serem chamadas de racistas ou pior, e acabem sendo levadas de roldão pelos defensores de projetos aparentemente “progressistas” como este. Prefiro continuar sendo chamado de racista, ou o que seja, e continuar dizendo o que penso.

Author: Simon Schwartzman

Simon Schwartzman é sociólogo, falso mineiro e brasileiro. Vive no Rio de Janeiro

One thought on “Constituição do Racismo”

  1. Os Judeus não são uma Raça!

    pelo Dr. Alfred M. Lilienthal

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    Dr. Alfred M. Lilienthal, historiador, jornalista e conferencista, é um graduado da Cornell University e da Columbia Law School. Durante a Segunda Guerra Mundial, ele serviu com o Exército norte-americano no Oriente Médio. Ele depois serviu no Departamento de Estado, como um conselheiro da delegação americana no encontro organizador das Nações Unidas em San Francisco.

    Desde 1947, ele tem estado na linha de frente da luta por uma política americana balanceada no Oriente Médio. Ele é o autor de diversos famosos livros sobre o Oriente Médio, incluindo The Zionist Connection (A Conexão Sionista). Ele agora vive em Washington, D.C.

    A 18 de dezembro de 1993, Dr. Lilienthal celebrou tanto seu 80º aniversário quando o 40º aniversário de seu primeiro livro, What Price “Israel”? (A Que Preço “Israel”?) Dr. Lilienthal, um corajoso judeu anti-sionista, se juntou com mais de 200 convidados que viajaram de todo o mundo aos Estados Unidos para comparecer. O seguinte excerto é retirado de seu primeiro livro, A Que Preço Israel?

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    Hoje, traçar a ascendência de qualquer um à antiga Palestina seria uma impossibilidade genealógica; e presumir, aforismaticamente, tal ascendência aos judeus, sozinhos entre todos os grupos humanos, é uma asserção de significado puramente fictício. A maioria no Mundo Ocidental poderia manter alguma reivindicação de ascendência palestina se as árvores genealógicas pudessem ser estabelecidas por dois mil anos. E existem, ainda, pessoas que, apesar de nem no mais amplo exagero de imaginação judias, orgulhosamente fazem esta reivindicação: algumas das mais velhas das famílias aristocráticas do Sul jogam um jogo de comparação cuja linhagem vai até “Israel”. Ninguém sabe o que aconteceu às Dez Tribos Perdidas de “Israel”, mas especular que poderia ser alguém de passado anglo-saxônico, e Rainha Vitória pertenceu a uma Sociedade “Israelita”, que traçava as origens de seus membros de volta àquelas tribos perdidas.

    Doze tribos começaram em Canaã cerca de 35 séculos atrás; e não apenas dez delas desapareceram – mais da metade dos membros das restantes duas tribos jamais voltou de seu “exílio” na Babilônia. Como então, pode alguém reivindicar descender diretamente da comunidade relativamente pequena que habitava a Terra Santa no tempo do Pacto de Abraão com Deus?

    O mito racial judaico vem do fato de que as palavras hebreu, “israelita”, judeu, judaísmo e o povo judaico tem sido usadas com o mesmo sentido para sugerir uma continuidade histórica. Mas é um uso errôneo. Estas palavras se referem a diferentes grupos de pessoas com variados estilos de vida em diferentes períodos históricos. Hebreu é um termo corretamente aplicado ao período do começo da história bíblica até a chegada a Canaã. “Israelita” se refere corretamente aos membros das doze tribos de Israel. O nome Yehudi ou Judeu é usado no Velho Testamento para designar membros da Tribo de Judá, descendentes do quarto filho de Jacó, bem como para indicar cidadãos do Reino de Judá, particularmente no tempo de Jeremias e sob a ocupação persa. Séculos depois, a mesma palavra veio a ser aplicada a qualquer um, não importa a origem, cuja religião era o Judaísmo.

    O nome descritivo Judaísmo jamais foi ouvido pelos hebreus ou “israelitas”: aparece somente com a Cristandade. Flavius Josephus foi um dos primeiros a usar o nome em seu recital da guerra com os romanos para indicar uma totalidade de crenças, leis morais, práticas religiosas e instituições cerimoniais na Galiléia que ele acreditava superiores ao helenismo rival. Quando a palavra Judaísmo nasceu, não mais existia um Estado hebreu-“israelita”. As pessoas que abraçavam o credo do Judaísmo já eram misturas de muitas raças e fontes; e esta diversificação estava crescendo rapidamente…

    Talvez a mais significantes conversão em massa à fé judaica aconteceu na Europa, no século 8 d.C., e esta história dos Khazares (povo turco-fínico) é bem pertinente ao estabelecimento do moderno Estado de “Israel”. Este povo parcialmente nômade, provavelmente relacionado com os Búlgaros do Volga, primeiro apareceu na Trans-Caucásia no século II. Eles se estabeleceram no que é agora o sul da Rússia, entre o Volga e o Don, e então se espalharam até as costas dos Mares Negro, Cáspio e de Azov. O Reino de Khazaria, governado por um khagan ou khakan caiu para Átila o Huno em 448, e para os muçulmanos em 737. Nesse intermédio, os khazares governaram uma parte dos búlgaros, conquistaram a Criméia, e aumentaram seu império sobre o Cáucaso longe ao noroeste incluindo Kiev, e na direção leste até Derbend. Tributos anuais eram levantados dos russos eslavônicos de Kiev. A cidade de Kiev foi provavelmente construída pelos khazares. Haviam judeus na cidade e na área ao redor antes que o Império Russo foi fundado pelos varenguianos a quem os guerreiros escandinavos algumas vezes chamara os Rus ou Ross (cerca de 855-863).

    A influência dos khazares estendeu-se ao que é hoje a Hungria e a Romênia. Hoje, as vilas de Kozarvar e Kozard na Transilvânia dão testemunho da penetração dos khazares que, junto com os magiares, então prosseguiram até a atual Hungria. O tamanho e poder do Reino da Khazaria é indicado pelo ato que ele mandou um exército de 40.000 soldados (em 626-627) para ajudar Heráclio dos bizantinos a conquistar os persas. A Enciclopédia Judaica orgulhosamente se refere à Khazaria como tendo “um bem constituído e tolerante governo, um comércio florescente e um exército bem disciplinado.”

    Judeus que haviam sido banidos de Constantinopla pelo governante bizantido Leo III acharam um lar entre estes khazares então pagãos e, em competição com os missionários maometanos e cristãos, converteu-os à fé judaica. Bulan, governante da Khazaria, se converteu ao Judaísmo por cerca de 740 d.C. Seus nobres e, um pouco depois, seu povo o seguiu. Alguns detalhes destes eventos estão contidos em cartas trocadas entre o Khagan Joseph da Khazaria e R. Hasdai Ibn Shaprut de Córdoba, doutor e quase ministro do exterior do Sultão Abd al-Rahman, o Califa da Espanha. Esta correspondência (cerca de 936-950) foi publicada pela primeira vez em 1577 para provar que os judeus ainda tinham um país próprio – nomeadamente, o Reino da Khazaria. Judah Halevi sabia das cartas até em 1140. Sua autenticidade foi desde então estabelecido além de dúvidas.

    De acordo com estas cartas Hasdai-Joseph, Khagan Bulan decidiu um dia: “Paganismo é inútil. É vergonhoso para nós sermos pagãos. Vamos adotar uma das religiões divinas, Cristianismo, Judaísmo ou Islamismo”. E Bulan chamou três clérigos representando as três religiões e os fez discutir seus credos diante dele. Mas, nenhum clérigo conseguiu convencer aos outros, e ao soberano, que a sua religião era a melhor. Então o governante falou a cada um deles separadamente. Ele perguntou ao clérigo cristão: “Se você não fosse cristão ou tivesse que abandonar o Cristianismo, qual você iria preferir – Islamismo ou Judaísmo?” O clérigo falou: “Se eu fosse abandonar o Cristianismo, me tornaria um judeu.” Bulan então perguntou ao islamita a mesma questão, e o muçulmano também escolheu o Judaísmo. Assim Bulan escolheu o Judaísmo para ele mesmo e para o povo da Khazaria no século sétimo depois de Cristo, e a partir daí os khazares (às vezes se escreve cazares ou cozares) viveram de acordo com as leis judaicas.

    Debaixo do comando de Obadiah, o Judaísmo ganhou força adicional na Khazaria. Sinagogas e escolas foram construídas para dar instrução sobre a Bíblia e o Talmud. Como o Professor Graetz escreve em sua História dos Judeus, “Um sucessor de Bulan que carregava o nome hebreu de Obadiah foi o primeiro a fazer esforços sérios para espalhar a fé judaica. Ele convidou sábios judeus a se estabelecerem em seus domínios, recompensou-os realmente… e introduziu um serviço divino modelado nas comunidas antigas. Após Obadiah veio uma longa série de Khagans judeus, pois de acordo com uma lei fundamental do Estado apenas aos governantes judeus era permitida a ascensão ao trono.” Mercadores khazares não trouxeram apenas seda e tapetes da Pérsia e do Oriente Próximo mas também sua fé judaica ao Vístula e ao Volga. Mas o Reino da Khazaria foi invadido pelos russos, e Itil, sua grande capital, caiu a Sviatoslav de Kiev em 969. Os bizantinos haviam se tornado temerosos e invejosos dos khazares e, numa expedição conjunta com os russos, conquistaram a parte khazariana da Criméia em 1016 (Criméia era conhecida como “Chazar” até o século 13). Os judeus khazarianos se espalharam através do que é hoje a Rússia e a Europa Oriental. Alguns foram levados ao Norte onde se juntaram à comunidade judaica estabelecida em Kiev.

    Outros voltaram ao Cáucaso. Muitos khazares de re-casaram na Criméia e na Hungria. Os Cagh Chafut, ou “judeus da montanha” no Cáucaso e os judeus hebraile da Geórgia são seus descendentes. Estes judeus “ashkenazim” (como os judeus da Europa Oriental são chamados) cujos números foram aumentados pelos judeus que fugiram da Alemanha no tempo das Cruzadas e durante a Peste Negra, tem pouco ou nenhum traço de sangue semítico.

    Que os khazares são os ancestrais lineares dos judeus da Europa Oriental é um fato histórico. Historiadores judeus e livros-texto religiosos reconhecem o fato, apesar de propagandistas do nacionalismo judaico consideram isso propaganda pró-árabe.Um pouco ironicamente, o Volume IV da Enciclopédia Judaica – porque essa publicação soletra khazares com “C” ao invés de “K” – é intitulado “Chazares para Dreyfus”: e foi o caso Dreyfus, conforme interpretado por Theodor Herzl, que fez os modernos judeus khazares da Rússia esquecer sua ascendência de convertidos ao judaísmo e aceitar o anti-semitismo como prova de sua origem na Palestina.

    Até onde os antropólogos conhecem, a ascendência de Hitler pode ir até uma das Dez Tribos Perdidas de “Israel”; enquanto Weizmann pode ser um descendente dos khazares, os convertidos ao judaísmo que não estavam por nenhuma ligação antropológica relacionados com a Palestina. A casa para onde Weizmann, Silver e tantos outros sionistas ashkenazim tanto reclamaram para voltar muito provavelmente jamais foi deles. “Aqui temos um paradoxo, um paradoxo, o mais ingênuo paradoxo”: antropologicamente, muitos cristãos podem ter muito mais sangue hebreu-“israelita” do que muitos de seus vizinhos judeus.

    Raça pode aplicar armadilhas engraçadas naquelas pessoas que fazem desse conceito a base de seus gostos e desgostos. Pessoas obcecadas pela raça podem se achar odiando pessoas que, de fato, podem ser de sua própria parentela.

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