Escreve Ilona Ferrão de Souza:
Em 2009 o assunto (da amostra do Brasil no PISA) já foi bem discutido, mas não publicamente. Agora em 2012 está tão óbvio que há uma questão com o universo de alunos “desirable” para o Brasil, que há menção a isso no relatório (Anexo A7), inclusive com recálculo incluindo as escolas rurais multisseriadas. Assim, como já estava usando os dados de 2009 para comparar grupos de países, fiz o mesmo gráfico com os dados de 2011. O único país do grupo selecionado que mudou foi o Brasil e não mudou pouco.
Será que a contabilidade criativa chegou ao Pisa? Com a anuência de quem?
Seguem os gráficos, os países estão ordenados pela proporção de alunos no décimo ano:
Se houve mudança da nomenclatura das séries de 2009 para 2012, pode ser que o mistério esteja explicado. Acontece que isso não vem claro no texto do relatório. O Pisa conta 6 anos de escolarização, sem se importar COMO. A coorte de 2009 já tinha 6 anos. Esta mudança, portanto, soa estranha e mal explicada agora. Vejam o texto:
“In 2006, the education system in Brazil was revised to include one more year at the beginning of primary school, with the compulsory
school age being lowered from seven to six years old. This change has been implemented in stages and will be completed in 2016.
At the time the PISA 2012 survey took place, many of the 15-year-olds in Grade 7 had started their education under the previous
system. They were therefore equivalent to Grade 6 students in the previous system. Since students below Grade 7 are not eligible for
participation in PISA, the Grade 7 students in the sample were not included in the database”.