Em um mundo em que conhecimentos, mercadorias, pessoas e recursos circulam cada vez mais, como está o Brasil? Na economia, sabemos que o isolamento é muito maior do que se imagina, com exportações de bens e serviços correspondendo a somente 12.6% do PIB em 2013, na 177a posição entre os 184 países para os quais existia esta informação, disponível do site do Banco Mundial.
Em trabalho recente, publicado em Brésil(s), revista do Centre de Recherches sur le Brésil Colonial et Contemporain e também disponível em inglês, Luisa F. Schwartzman e eu procuramos ver o que ocorria em termos de fluxo de população, sobretudo de pessoas alta qualificação, tanto de fora para dentro quanto de dentro para fora, e o que se vê é que o isolamento também é grande. Em 1900, haviam 1.2 milhões de pessoas nascidas no exterior vivendo no Brasil, 7.2% da população. Em 2010 eram 600 mil, ou 0.3%. Não sabemos ao certo quantos brasileiros vivem no exterior, mas uma estimativa do Ministério de Relações Exteriores de 2011 era de 3.1 milhões, mais ou menos metade nos Estados Unidos, resultantes de um êxodo que teve seu início nos anos da “década perdida” de 1980.
O isolamento é uma forma primitiva de defesa, que protege empresas e pessoas no mercado de trabalho de concorrentes e imigrantes mais qualificados; e a saída para o exterior pode significar, em muitos casos, perdas importantes de pessoas qualificadas, que tiveram sua formação financiada pelo país . Mas o isolamento deixa o país fora dos fluxos internacionais de cultura, conhecimentos, informações e investimentos produtivos, sem o qual a economia não avança e a sociedade não se moderniza.
Neste trabalho, procuramos olhar mais de perto, com os dados disponíveis, quem sai do Brasil para trabalhar ou estudar, o que fazem lá fora, o que acontece com os que voltam, quem são os imigrantes que o país continua recebendo, aonde vivem e o que fazem; lembramos a grande contribuição que imigrantes estrangeiros trouxeram para o desenvolvimento da economia, ciência, tecnologia e educação superior no país, e discutimos os esforços mais recentes de internacionalização, assim como suas limitações. Boa leitura!
Boa noite.
Como de hábito meus comentários se restrigem ao que vejo na prática em meu trabalho. Recentemente prestei serviços a uma empresa norte americana de logísitca. Percebi , enquanto se discutia no Congresso as mudanças na legislação da “terceirização” , uma esperança de , afinal , abrir-se a possibilidade de trazer para a empresa , gestores “senior” . A possibilidade deixou de existir pois o trabalho terceirizado em “core positions” restou vetado.
Como o nível de atividades sofreu um rebaixamento a opção da empresa foi “contratar” apenas dois dos 5 gestores senior, lá nos USA , prestando x horas/semana de trabalho via internet.
Não foi a primeira vez que vi esta opção – trabalho não presencial.
No entanto , para instituições de ensino superior públicas, talvez esta opção não seja possível. Pena.
Outro fator limitante de peso é a exigência real do domíno do Inglês. Que , ao que tudo indica, tornou-se a língua científica, tecnológica e a dos negócios. Valeria a pena pesquisar os resultados obtidos por estudantes brasileiros nos testes exigidos pelas universidades (e empresas) do mundo desenvolvido.
Cordialmente, A J Sá Campello