Poucos devem ter visto na TV a entrevista de um sobrinho de Martin Luther King, cujo nome infelizmente não guardei. Perguntado sobre se a vitória de Obama significava que o sonho de Luther King tinha se completado, ele disse que só em parte, porque muitas pessoas não votaram nele porque ele é negro, e outras votaram porque é.
E tinha razão. Obama, que sempre valorizou sua origem e a cor de sua pele, fez uma bela campanha em que os temas eram o país, o mundo, a economia e as pessoas, independentemente de quem fossem. Mas tanto McCain como Bush, quando falaram reconhecendo e cumprimentando a Obama pela vitória, fizeram questão de falar, com condescendência, dos negros que agora chegam ao poder, e não de uma nova visão e uma nova política que se anuncia. De forma elegante, tentaram, espero que pela última vez, colocar a Obama “em seu lugar”.
Bom claro que há preconceitos e a condescendência dos brancos ao se referirem ao primeiro presidente negro . Presidente , aliás que recebeu menos de 50% dos votos dos brancos o que denota que por lá entre os brancos, a discriminação ainda é grande. De qualquer forma , mesmo com o desprezo dos brancos racistas , Obama está eleito e fará o possível, creio , para mudar esta visão retrógrada que distingue as pessoas pela cor da pele. Bonito ver os quatro, Obama, a mulher e as filhas, todos negros entrando pela porta da frente da casa que , refletindo o pensamento de grande parte do povo americano se chama Casa Branca
Iza locatelli
Boa, Simon.
Essa ficha me custou a cair, mas você tem razão.
Foi só hoje, lendo o Contardo Calligaris na Folha, que eu me dei conta do que havia de peculiar na ênfase dada pelo McCain (e também pelo Bush) à vitória e ao orgulho dos “afro-americanos”.
Elegante que tenha sido a maneira como fizeram isso, o nome que isso tem é o que você deu: aquele modo condescendente de pôr os pretos “em seu lugar”…
Os cães ainda vão latir muito, mas a caravana continuará passando. Longa vida a Barack Obama!
Sim, é um nuance do qual eu – e talvez muitos outros -não me dei contas ao assistir as cenas dos cumprimentos no vídeo. Mas isso mostra a força dos paradigmas. Ainda passará muito tempo até que os preconceitos raciais sejam superados. De qualquer maneira, foi dado um passo importante nessa direção.