Diz “O Estado de São Paulo” de 22 de setembro de 2011:
“Dez dias a mais de aula por ano, seja pelo aumento do ano letivo, seja pelo efetivo cumprimento do calendário previsto – sem, portanto, o cancelamento de aulas por causa da falta de professores -, conseguem aumentar o aprendizado dos estudantes em 44%, disse ontem o secretário de ações estratégicas da Presidência da República, Ricardo Paes de Barros. Ele elaborou um levantamento com base na análise de 165 estudos nacionais e internacionais sobre o tema.” A notícia acrescenta que o Ministro da Educação, baseado neste estudo, vai enviar ainda este ano um projeto de lei ao Congresso aumentando o número de horas de aula nas escolas brasileiras.
A notícia causou perplexidade entre os especialistas, porque nunca antes na história das pesquisas educacionais, que se saiba, uma coisa tão simples mostrou ter um resultado tão espetacular. Se isto for assim, para que continuar falando em melhorar a formação de professores, estruturar os currículos, formar diretores de escola, e inclusive aumentar os salários dos professores?
Este milagre anunciado da educação brasileira se soma a outros menores, como a melhora desempenho dos estudantes em matemática no IDEB em 2009, as melhoras do PISA e, agora, a melhora no ENEM em relação ao ano passado (sobretudo na prova de redação, suponho, que é a que tem maior peso na nota, embora seja a mais difícil de padronizar para permitir comparações).
Neste ritmo, chegamos fácil à meta de alcançar e superar os países da OECD até 2022!
Ricardo Paes e Barros é um pesquisador competente e respeitável, e está devendo à comunidade de especialistas em educação maiores detalhes sobre este achado tão espetacular.