Junto com vários colegas, lançamos uma manifestação pública pelo direito de manifestação, mas também pelo direito de ir a vir, que está sendo cerceado diariamente nas cidades brasileiras. Vejam o texto abaixo e, se estiver de acordo, clique aqui para colocar seu nome:
Pelo Direito de Manifestação, Pelo Direito de Ir e Vir
Nos tempos recentes, há um claro conflito entre o legítimo direito de expressão de opiniões, reivindicações, de manifestar apoio ou repúdio ao que quer que seja e o não menos importante direito de ir e vir.
Raro o dia em que não se veem nos meios de comunicação notícias sobre as vidas de milhões de pessoas transtornadas por conta de manifestações públicas que adotam como tática o bloqueio de grandes vias de transporte.
Reunindo vários milhares ou apenas um punhado de pessoas, grupos organizados em defesa de reivindicações as mais diversas arvoram-se no direito de interromper ruas, avenidas e estradas, de destruir meios de transporte e equipamentos públicos a eles relacionados. Violam, assim, o direito de um número sempre muito maior, milhões nos grandes centros urbanos, de se deslocarem a seus lares, a seus trabalhos, ao encontro de suas famílias, amigos, ou compromissos, quaisquer que sejam.
Mentes autoritárias, com profundo desprezo pelo direito alheio, terão sempre justificativas para essas ações na suposta justiça das causas que defendem ou na relevância das denúncias que propagam. As causas podem até ser justas, mas a alteração no tempo e na ordem da vida das pessoas não pode se tornar algo banal, corriqueiro. Um efeito dessa avalanche de manifestações que não titubeiam em afetar profundamente a vida das pessoas nas cidades é o descrédito e o desgaste de qualquer manifestação. Isso não é democracia, mas prepara sua destruição.
É hora de um BASTA! Exigimos do poder público que preserve o direito de ir e vir a todos aos cidadãos, não apenas aos grupos manifestantes. É deprimente e alarmante ter as forças da ordem pública assistindo passivamente ou mesmo contribuindo com o transtorno pelo bloqueio de grandes vias, preferencialmente nos horários de rush. É revoltante vermos multidões tentando chegar em suas casas ou a seus compromissos, imobilizados por horas, manietados, vítimas da passividade do poder público, acuados pela impunidade e eventual violência de manifestantes.
Exigimos que nossos direitos constitucionais sejam garantidos, não aceitamos vê-los usurpados por pequenos ou grandes grupos que têm direito de se manifestar, mas não de impor seus pontos de vista. O direito de manifestação, assim como o de greve, precisam ser preservados e mantidos dentro de seus limites legais. Conclamamos à reação contra a escalada antidemocrática das manifestações que não respeitam os direitos elementares dos cidadãos.
Raro o dia em que não se veem nos meios de comunicação notícias sobre as vidas de milhões de pessoas transtornadas por conta de manifestações públicas que adotam como tática o bloqueio de grandes vias de transporte.
Reunindo vários milhares ou apenas um punhado de pessoas, grupos organizados em defesa de reivindicações as mais diversas arvoram-se no direito de interromper ruas, avenidas e estradas, de destruir meios de transporte e equipamentos públicos a eles relacionados. Violam, assim, o direito de um número sempre muito maior, milhões nos grandes centros urbanos, de se deslocarem a seus lares, a seus trabalhos, ao encontro de suas famílias, amigos, ou compromissos, quaisquer que sejam.
Mentes autoritárias, com profundo desprezo pelo direito alheio, terão sempre justificativas para essas ações na suposta justiça das causas que defendem ou na relevância das denúncias que propagam. As causas podem até ser justas, mas a alteração no tempo e na ordem da vida das pessoas não pode se tornar algo banal, corriqueiro. Um efeito dessa avalanche de manifestações que não titubeiam em afetar profundamente a vida das pessoas nas cidades é o descrédito e o desgaste de qualquer manifestação. Isso não é democracia, mas prepara sua destruição.
É hora de um BASTA! Exigimos do poder público que preserve o direito de ir e vir a todos aos cidadãos, não apenas aos grupos manifestantes. É deprimente e alarmante ter as forças da ordem pública assistindo passivamente ou mesmo contribuindo com o transtorno pelo bloqueio de grandes vias, preferencialmente nos horários de rush. É revoltante vermos multidões tentando chegar em suas casas ou a seus compromissos, imobilizados por horas, manietados, vítimas da passividade do poder público, acuados pela impunidade e eventual violência de manifestantes.
Exigimos que nossos direitos constitucionais sejam garantidos, não aceitamos vê-los usurpados por pequenos ou grandes grupos que têm direito de se manifestar, mas não de impor seus pontos de vista. O direito de manifestação, assim como o de greve, precisam ser preservados e mantidos dentro de seus limites legais. Conclamamos à reação contra a escalada antidemocrática das manifestações que não respeitam os direitos elementares dos cidadãos.
Propõem, em ordem alfabética:
Alba Zaluar UERJ
Carlos Alberto de Bragança Pereira USP
Dani Gamerman UFRJ
Elizabeth Balbachevsky USP
Gauss Moutinho Cordeiro UFPE
Glaura C. Franco UFMG
Helio S. Migon UFRJ
Luiz Felipe de Souza Coelho UFRJ
Manuel Thedim IETS
Marcio da Costa UFRJ
Maria Alice Nogueira UFMG
Maria Lígia Barbosa UFRJ
Nelson do Valle Silva UERJ
Renan Springer de Freitas UFMG
Simon Schwartzman IETS
Como assinar o manifesto Pelo Direito de Manifestação, Pelo Direito de Ir e Vir?
Está disponível em http://www.peticaopublica.com.br/pview.aspx?pi=BR72309
Viralatas sem complexo
Luis Vieira
A ordem veio do Planalto – segurança máxima nas ruas – mas as ordens do Planalto não se limitam às previsíveis ações institucionais, elas são acompanhadas por um coro de contentes, o que dá mais legitimidade ao arbítrio. Por décadas o Partido dos Trabalhadores incentivou a criação e a ação de organizações sociais com temáticas diferentes – terra, habitação, aborto, gênero, etc. Diante da calamidade social que é o Brasil elas prosperaram e se multiplicaram, inclusive em campos concorrentes da esquerda. Quando não estava no poder era fácil apoiar invasões, bloqueios, ocupações e outros escrachos. Mas agora é diferente, às portas de uma Copa do Mundo, em um ano de eleições presidenciais, o Planalto descobriu que é preciso ordem para o sucesso, não necessariamente o progresso. E assim com a Lei da Copa em uma das mãos e as Forças Armadas na outra convoca a militância a bradar aos quatro cantos que se faça silêncio. Nesse contexto ordeiro brotam apoios mais ou menos organizados, mais ou menos inocentes, mais ou menos úteis, como é o caso de um manifesto oriundo da academia, supostamente organizado por Simon Schwartzman & friends e intitulado “Pelo Direito de Manifestação, Pelo Direito de Ir e Vir”. Após lê-lo, concluí que não é por uma coisa, nem pela outra, mas pela ordem, simplesmente pela ordem.
Há uma única frase dedicada à liberdade de expressão, ao final do texto, que não é exatamente uma defesa, mas uma ressalva – O direito de manifestação, assim como o de greve, precisam ser preservados e mantidos dentro de seus limites legais. Talvez por receio da carapuça de autoritarismo, enxertaram o slogan. Por outro lado, atribuir às manifestações a culpa pelos engarrafamentos e dificuldades de locomoção é um viés difícil de se sustentar qualquer que seja a abordagem. Todos os dias a maior parte da população sofre apinhada em trens, ônibus e metrôs. Se uma carrocinha de pipoca quebrar a roda vamos ter quilômetros de retenção aonde quer que se tenha dado o acidente. Ao invés de invocar as forças de segurança para controlar manifestantes, invoque-se mais gente nas ruas, para que elas parem de vez e o país faça seu ajuste de contas.
Agora que não há mais o que roubar, convocar a população para assistir quietinha aos jogos da Copa pela TV, é tudo o que a academia não deveria pedir, esse manifesto não me representa, nem representa os milhares de estudantes, professores e funcionários que estão longe das benesses desse regime que compra consciências no atacado e no varejo.
Concordo integralmente. Urge providencia no sentido de estancar esse exagero.