Em uma nota anterior, mostrei alguns dados sobre o crescimento quantitativo de pessoas com educação superior entre 2002 e 2009. Esta nota apresenta alguns dados sobre a renda destas pessoas.
Entre 2002 e 2009, diminuiu um pouco as diferenças de renda em função da educação, mas obter uma educação superior ainda significa ganhar 193% mais do que a média, comparado com 273% em 2002. A vantagem de quem tem nível superior em relação a quem tem o nível médio completo era de 3 vezes em 2002, contra 2.8 vezes em 2009 (renda de todos os trabalhos, maiores de 18 anos de idade)
A renda dos diversos grupos ocupacionais com educação superior é muito variada, mas as diferenças dentro de cada grupo de oupações em relação a quem não tem o diploma são sempre muito significativas. Para os profissionais de ensino, o rendimento médio com nível superior é de R$ 2.022,00, uma diferença de 59%. Para os escriturários, R$ 1.780,00, uma vantagem de 86%. Para gerentes, R$3.632,00, uma diferença de 77%. Para os profissionais de ciências exatas e engenharia, R$ 4.375,00,um ganho de 117%; para os técnicos de nível médio em ciencias administrativas, R$ 3.349,00, um ganho de 127%; para os trabalhadores em serviços, R$ 1.420,00, um ganho de 152%. Estas são, justamente, as categorias em que aumentou mais o número de pessoas com educação superior no mercado de trabalho no período.
Estes mesmos ganhos podem ser observados quando dividimos a população ocupada pela categoria de “cor” das pesquisas do IBGE. Brancos e orientais com educação superior têm renda maior do que pretos e pardos, mas os ganhos destes últimos são maiores: entre os pretos, há um aumento de 265%, e, entre os pardos, de 298%; há mais desigualdade relacionada à cor na população sem educação superior do que entre a população mais educada.