AS CAUSAS
DA POBREZA
Simon Schwartzman
Rio de Janeiro, Editora da Fundação Getúlio Vargas, 2004
Sumário
A maior parte dos textos incluidos nestes livro foram publicados anteriormente,
e revisados para esta edição.
1. Apresentação
2. As causas da pobreza
3. Pobreza e exclusão (com Elisa
Pereira Reis)
4. As estatísticas públicas e a medição
da pobreza
5. Raça e etnia
6. Trabalho infantil
7. O futuro da educação
8. Conclusão: políticas sociais e política
da pobreza
Referências bibliográficas
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Até vinte ou trinta anos atrás, as prioridades no Brasil eram coisas como o desenvolvimento
econômico, a modernização do Estado, a participação política, a democracia e a
mobilidade social. Hoje, os temas dominantes são a pobreza e a exclusão social.
Não é que estas questões não estivessem presentes no passado; mas elas eram vistas
como uma decorrência dos problemas, deficiências ou desajustes na ordem econômica,
política e social, que seriam resolvidas e superadas na medida em que estes problemas
fossem sendo equacionados. Hoje, o tema da pobreza aparece no primeiro plano,
requerendo atenção imediata, e definindo o foco a partir do qual as demais questões
são vistas e tratadas. É possível pensar na eleiçao de Lula como o efeito mais
marcante desta mudança de perspectivas, que afeta também a maneira pela qual o
governo trata de estabelecer suas prioridades, entre as necessidades de austeridade
econômica e a urgência das políticas sociais.
Este livro pode ser entendido como uma reflexão sobre esta grande mudança de perspectivas.
Ao contrário do que pode parecer, pobreza e exclusão social, não são conceitos
óbvios, que surgem naturalmente, como direitos humanos inquestionáveis, a partir
da consciência moral das pessoas. Eles são construidos historicamente, elaborados
e processados pelas agências estatísticas e pelos cientistas sociais, e transformados
em palavras de ordem de partidos políticos e movimentos sociais. Na passagem da
consciência moral para o mundo prático da política e da ação governamental, os
direitos humanos se transformam, adquirem vida própria, e suas origens se obscurecem,
dificultando o entendimento e prejudicando, muitas vezes, os próprios objetivos
que se quer alcançar. De onde vem esta nova visão dos direitos humanos? Como
se poderia pensar a agenda social para o Brasil, de forma mais ampla? Que sabemos,
com os dados existentes, sobre raça, trabalho infantil e educação? Como fazer
para implementar políticas públicas comprometidas com os direitos humanos e o
combate à pobreza, tomando em conta sua as informações disponíveis, e as diferenças
de perspectiva e prioridades que sempre existem sob o manto de imperativos aparentemente
naturais?
Não existem respostas simples para estas questões, mas é necessário enfrentá-las,
e o livro pretende contribuir para isto.
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