América Latina: Universidades em Transição

Simon Schwartzman

Publicado em castelhano como América Latina: Universidades en Transición. Washington, Organización de los Estados Americanos, Colección INTERAMER, nº 6, 1996
Introdução

1. Universidades em transição

2. As universidades na América Latina

3. Expansão

4. A pós graduação e a pesquisa

5. Financiamento

6. Estudantes, professores, e funcionários

7. Reforma e racionalização

8. Apêndice: O ensino privado no Brasil. (Eunice Durham e Helena Sampaio)

Bibliografia

Preparado por solicitação do Departamento de Assuntos Educacionais da Organização dos Estados Americanos.


Introdução

Este livro resulta em grande parte de um estudo comparado sobre a educação superior na América Latina, que vem sendo realizado desde 1990 com o apoio da Fundação Ford, reunindo pesquisadores da Argentina, Brasil, Chile, Colômbia e México. O esforço, ao longo destes anos, tem sido reunir as informações disponíveis sobre a evolução recente do ensino superior na região, identificar os problemas comuns, e também as estratégias possíveis para a sua melhoria. As idéias decantadas ao longo destes anos têm sido discutidas com professores, pesquisadores, dirigentes universitários e autoridades governamentais não só nos países participantes, mas também no Peru, Bolívia, República Dominicana e outros países, e os principais resultados têm sido objeto de inúmeras publicações(2).

O que este volume pretende é destacar uma visão particular deste conjunto, focalizada nos grupos sociais que participam da atividade de produção e circulação de idéias que dão conteúdo ao ensino superior através dos tempos, e conduzem as instituições aos seus sucessos, fracassos e impasses. A implantação do ensino superior na América Latina pode ser vista como uma grande empreitada do projeto de modernização desta parte do mundo, que ainda continua. É uma empreitada cheia de descaminhos, conflitos e perplexidades, que se manifestam na noção de "crise" que parece ter acompanhado nossos sistemas de ensino superior desde seus primórdios. Desistir desta empreitada, no entanto, seria desistir da própria esperança de fazer com que a América Latina seja uma região onde os problemas da pobreza, da desigualdade social e da falta de perspectivas de futuro das novas gerações sejam pelo menos encaminhados de forma adequada, e minorados.

Os dados, citações e outros materiais utilizados nestas páginas foram produzidos pelas equipes dos diferentes países, ou retomam alguns textos elaborados anteriormente pelo autor. Além disto, como material novo, existem dados do estudo internacional comparado sobre a profissão acadêmica coordenado pela Carnegie Foundation for the Advancement of Teaching, que incluiu, na América Latina, o Brasil, Chile e México. É possível que, para um estudo comparado, a quantidade de referências e materiais sobre o Brasil seja desproporcionalmente alta. Mas o objetivo é, sobretudo, ilustrar as questões e as idéias que se aplicam, presumivelmente, para toda a região, e estimular que outras informações possam ir surgindo, aprofundando cada vez mais o entendimento que possamos ter deste processo.

O texto em spêndice, de responsabilidade de Eunice Durham, examina em maior profundidade o fenômeno da expansão do sistema de educação privado no Brasil, de importância numérica e qualitativa crescente, mas que não havia sido até agora objeto de estudos mais detalhados.



Notas:

1. Com a colaboração de Maria Helena Magalhães Castro.

2. Além das publicações dos pesquisadores e das equipes nacionais, listadas na bibliografia ao final do volume, existem várias publicações coletivas e comparadas, entre as quais o número especial da revista Higher Education dedicado à educação superior na América Latina, editado por J. J. Brunner e S. Schwartzman (Higher Education Vol. 25, 1993), Durham, 1995, Courard, 1993, e, mais recentemente, a síntese elaborada por José Joaquin Brunner (Brunner, 1995).